ATA DA VIGÉSIMA SEGUNDA
SESSÃO ORDINÁRIA DA QUARTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEXTA
LEGISLATURA, EM 23-3-2016.
Aos vinte e três dias do mês de março do ano de dois mil e
dezesseis, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a
Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi
realizada a segunda chamada, respondida por Airto Ferronato, Cassio Trogildo,
Dinho do Grêmio, Dr. Thiago, Elizandro Sabino, Engº Comassetto, Fernanda
Melchionna, João Carlos Nedel, Kevin Krieger, Lourdes Sprenger, Mendes Ribeiro,
Paulo Brum, Prof. Alex Fraga e Rodrigo Maroni. Constatada a existência de
quórum, o Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão,
compareceram Adeli Sell, Bernardino Vendruscolo, Clàudio Janta, Delegado
Cleiton, Dr. Raul Fraga, Idenir Cecchim, João Bosco Vaz, Jussara Cony, Marcelo
Sgarbossa, Márcio Bins Ely, Mario Manfro, Mauro Pinheiro, Mônica Leal, Nereu
D'Avila, Paulinho Motorista, Reginaldo Pujol, Sofia Cavedon, Tarciso Flecha Negra
e Waldir Canal. À MESA, foram encaminhados: o Projeto de Lei do Legislativo nº
014/16 (Processo nº 0205/16), de autoria de Cassio Trogildo; o Projeto de Lei
do Legislativo nº 272/15 (Processo nº 2792/15), de autoria de Sofia Cavedon; e
o Projeto de Resolução nº 056/15 (Processo nº 2950/15), de autoria de Adeli
Sell, Engº Comassetto, Marcelo Sgarbossa e Sofia Cavedon. Após, foi apregoado o
Ofício nº 265/16, do Prefeito, encaminhando o Projeto de Lei do Executivo nº
006/16 (Processo nº 7321/16). Ainda, foi apregoado o Ofício nº 253/16, do
Prefeito, informando que se ausentará do Município das seis horas e cinquenta
minutos às vinte e três horas e cinco minutos do dia vinte e quatro de março do
corrente, para participar da Reunião Geral da Frente Nacional de Prefeitos, em
Rio de Janeiro – RJ. Também, foi apregoado o Memorando nº 010/16, de autoria de
Sofia Cavedon, informando, nos termos dos §§ 6º e 7º do artigo 227 do
Regimento, sua participação, nos dias vinte e oito e vinte e nove de março do
corrente, no I Seminário sobre Estratégias para uma Educação não Sexista, no
Centro Administrativo Fernando Ferrari, em Porto Alegre – RS. Após, foi
apregoado Requerimento de autoria de Séfora Gomes Mota, solicitando Licença
para Tratamento de Saúde do dia vinte e um ao dia vinte e três de março do
corrente. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, os Projetos
de Lei do Legislativo nos 239/15, discutido por Elizandro Sabino, e
039/16; em 2ª Sessão: o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 015/13, os
Projetos de Lei do Legislativo nos 027/16, discutido por Engº
Comassetto, 040/16, este discutido por João Carlos Nedel e Mônica Leal, e
046/16, este discutido por João Carlos Nedel, e os Projetos de Resolução nos
004 e 005/16. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se Fernanda Melchionna,
Mônica Leal, Rodrigo Maroni, Tarciso Flecha Negra, Sofia Cavedon, Engº
Comassetto e Idenir Cecchim. Na ocasião, por solicitação de Rodrigo Maroni, foi
realizado um minuto de silêncio em homenagem póstuma a Paulo Carrion. Às quinze
horas e trinta e dois minutos, constatada a existência de quórum, foi iniciada
a ORDEM DO DIA. Em Discussão Geral e Votação Nominal, foi rejeitado o Projeto
de Lei do Legislativo nº 283/13 (Processo nº 2501/13), considerando-se mantido
o Veto Total oposto, por dezoito votos SIM e oito votos NÃO, após ser discutido
por Fernanda Melchionna, Engº Comassetto, Reginaldo Pujol, Idenir Cecchim,
Prof. Alex Fraga, Dr. Thiago, Mendes Ribeiro e Clàudio Janta e encaminhado à
votação por Sofia Cavedon, Fernanda Melchionna, Reginaldo Pujol, Mauro Pinheiro
e Lourdes Sprenger, tendo votado Sim Adeli Sell, Airto Ferronato, Bernardino
Vendruscolo, Cassio Trogildo, Clàudio Janta, Dr. Raul Fraga, Dr. Thiago, Engº
Comassetto, Fernanda Melchionna, Idenir Cecchim, Lourdes Sprenger, Marcelo
Sgarbossa, Mauro Pinheiro, Mendes Ribeiro, Paulinho Motorista, Prof. Alex
Fraga, Sofia Cavedon e Tarciso Flecha Negra e Não Delegado Cleiton, João Bosco
Vaz, João Carlos Nedel, Kevin Krieger, Márcio Bins Ely, Mario Manfro, Reginaldo
Pujol e Waldir Canal. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de
Lei do Legislativo nº 071/15 (Processo nº 0811/15), após ser discutido por Engº
Comassetto. Em Discussão Geral e Votação, foram aprovados os Projetos de Lei do
Legislativo nos 144, 063 e 235/15 (Processos nos 1552,
0722 e 2383/15, respectivamente). Em Discussão Geral e Votação, foi votado o
Projeto de Lei do Legislativo nº 078/14 (Processo nº 0797/14), o qual obteve
sete votos SIM e cinco ABSTENÇÕES, após de ser encaminhado por Lourdes Sprenger
e Waldir Canal, tendo votado Sim Adeli Sell, Dr. Thiago, João Carlos Nedel,
Kevin Krieger, Mauro Pinheiro, Paulinho Motorista e Waldir Canal e optado pela
Abstenção Dr. Raul Fraga, Fernanda Melchionna, Idenir Cecchim, Marcelo
Sgarbossa e Mendes Ribeiro, votação essa declarada nula face a inexistência de
quórum deliberativo. Durante a sessão, Fernanda Melchionna manifestou-se acerca
de assuntos diversos. Também, foram registradas as presenças, neste Plenário,
de Anders Brandt e Connie Mark, respectivamente vereador e Secretária da
Agricultura de Sonderborg, Dinamarca, e de Oscar Pelicioli, Coordenador do
Orçamento Participativo de Porto Alegre. Às dezessete horas e quatro minutos, o
Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os vereadores para a próxima sessão
ordinária. Os trabalhos
foram presididos por Cassio Trogildo, Paulo Brum e Engº Comassetto e secretariados
por Paulo Brum. Do que foi lavrada a presente Ata, que, após distribuída e
aprovada, será assinada pelo 1º Secretário e pelo Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Passamos à
PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR
(05 oradores/05 minutos/com aparte)
1ª SESSÃO
PROC.
Nº 0365/16 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 039/16, de autoria do Ver. Delegado Cleiton, que
cria como marca de identificação e procedência o Selo
Cerveja Artesanal de Porto Alegre, inclui a efeméride Semana Municipal da Cerveja
Artesanal – Festa da Cerveja Artesanal no Anexo da Lei nº 10.904, de 31 de maio
de 2010 – Calendário de Datas Comemorativas e de Conscientização do Município
de Porto Alegre –, e alterações posteriores, na segunda quinzena do mês de
outubro, e dá outras providências.
PROC.
Nº 2432/15 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 239/15, de autoria do Ver. Elizandro Sabino, que
inclui a efeméride Mês de Proteção à Criança, ao
Adolescente e ao Idoso no Anexo da Lei nº 10.904, de 31 de maio de 2010 –
Calendário de Datas Comemorativas e de Conscientização do Município de Porto
Alegre –, e alterações posteriores, no mês de outubro.
2ª SESSÃO
PROC. Nº 1578/13 – PROJETO DE LEI
COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 015/13, de autoria do Ver. Idenir Cecchim, que
inclui § 5º no art. 154 da Lei Complementar nº 646, de 22 de julho de 2010,
determinando a remoção da estrutura do aeromóvel para a implementação do Corredor
Parque do Gasômetro.
PROC. Nº 0347/16 – PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO Nº 027/16, de autoria do Ver. Delegado Cleiton, que cria a
Política de Prevenção e Combate ao Mosquito Transmissor da Dengue, do Vírus
Zika e da Febre Chikungunya na Educação, inclui no Anexo da Lei nº 10.904, de
31 de maio de 2010 – Calendário de Datas Comemorativas e de Conscientização do
Município de Porto Alegre –, e alterações posteriores, a efeméride Dia D de
Prevenção e Combate ao Mosquito Transmissor da Dengue, do Vírus Zika e da Febre
Chikungunya na Educação e dá outras providências.
PROC. Nº 0409/16 – PROJETO DE RESOLUÇÃO
Nº 004/16,
de autoria do Ver. Waldir Canal, que concede o Diploma Honra ao Mérito ao
senhor Celso Antonio Lopes.
PROC. Nº 0452/16 – PROJETO DE RESOLUÇÃO
Nº 005/16,
de autoria do Ver. Márcio Bins Ely, que concede o Diploma Honra ao Mérito à
senhora Marilice Carrer.
PROC. Nº 0497/16 – PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO Nº 040/16, de autoria da Verª Mônica Leal, que revoga a
Lei nº 11.688, de 1º de outubro de 2014, que altera a denominação da Avenida
Presidente Castelo Branco para Avenida da Legalidade e da Democracia.
PROC.
Nº 0565/16 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 046/16, de autoria do Ver. João Carlos Nedel,
que denomina
Rua Assis Hoffmann o logradouro público cadastrado conhecido como Rua Cinco Mil, localizado no Bairro Campo Novo.
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. João
Carlos Nedel está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr.
Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, em Pauta há dois projetos de
denominação de logradouros na nossa Capital. O primeiro é de minha autoria, o
PLL nº 046/16, que denomina a Rua Assis Hoffmann como um logradouro público
cadastrado no bairro Lomba do Pinheiro, embora aqui no espelho esteja escrito
Campo Novo. Assis Hoffmann foi um grande fotógrafo, participou de várias
empresas jornalísticas aqui no Estado, e, ultimamente, junto ao jornal Correio
do Povo.
O outro projeto é de
autoria da Ver.ª Mônica Leal, que revoga a Lei nº 11.688 que altera a
denominação da Av. Presidente Castelo Branco para Av. da Legalidade e da
Democracia. Já falamos aqui várias vezes sobre este projeto, mas hoje pela
manhã eu vinha ouvindo o rádio que falava sobre o trânsito que estava trancado
lá na Av. da Legalidade. Aí eu vim pensando: Av. da Legalidade. Esse projeto
foi incrível. Foi a maior ilegalidade ocorrida nesta Casa. Não foi cumprido
nenhum trâmite legal. Primeiro: o projeto entrou como alteração. Não tinha lei
que alterava, mas o projeto continuou e seguiu até o final, até a redação
final, Ver. Adeli Sell, como alteração. Então, é alteração. Aí, na alteração,
não tinha croqui, não tinha abaixo-assinado, não tinha fiscalização da UAMPA,
nada. E saiu como alteração. Aí, no meio do processo, a Procuradoria da Casa
disse que não era alteração e sim simples denominação de logradouro. Ora,
denominação de logradouro não cadastrado tem que ter abaixo-assinado. Se não
tem moradores, a lei diz que no entorno, nos limites – e havia entorno e havia
limite à vontade para ser obedecido. Então, não tinha abaixo-assinado, não
tinha o croqui de autorização da SMURB, e foi aprovado por 21 a 4 ou 5 votos.
Fala-se em Av. da
Legalidade, mas, na verdade, tinha que ser Av. da Ilegalidade, porque passou
por todos os trâmites, incrivelmente, e foi promulgado pelo Vice-Presidente
desta Casa, Vereador do Partido dos Trabalhadores, porque o Prefeito não quis
sancionar, devido a ilegalidades – havia suspeita de ilegalidades. Foi
incrível. Agora, a Ver.ª Mônica Leal quer resgatar realmente a legalidade,
voltando a avenida a se chamar Presidente Castelo Branco, herói da luta na
Itália, dos nossos pracinhas, durante a 2ª Guerra Mundial. Muito obrigado, Srs.
Vereadores. Gostaria que analisassem profundamente os detalhes
dessa proposta da Ver.ª Mônica Leal, que realmente resgata a legalidade.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): A Ver.ª Mônica Leal está com a palavra para
discutir a Pauta.
A SRA. MÔNICA
LEAL: Sr. Presidente, Ver. Cassio Trogildo; Vereadores e Vereadoras, pessoas
que nos assistem. O Ver. Nedel que utilizou a tribuna já fez um importante
relato sobre o ocorrido, que é a minha intenção. Quero aqui fazer um histórico
cronológico dessas irregularidades processuais cometidas por conta dessa
mudança do nome da Av. Castelo Branco. (Lê.): “Em 06-01-14, por meio de
requerimento, o vereador João Carlos Nedel solicitou juntada da Lei nº 6.952,
de 1991 – que denomina Largo da Legalidade a um logradouro público –, ao Proc.
nº 0046/14, para fins de comprovação da existência de um logradouro com essa
denominação em Porto Alegre. Em 13-02-14, o vereador Pedro Ruas apresentou uma
Contestação, alegando não haver duplicidade de denominação e nem malferimento
ao art. 4º da Lei Complementar nº 320, de 1994, e alterações posteriores, uma
vez que o fundamento desse artigo é evitar duplicidade de nomes de ruas e
logradouros apenas para efeitos de endereço, defendendo que, no caso do Largo
da Legalidade, não existe nenhum endereço – comercial ou residencial – ali
localizado. Porém, a mesma tese não prospera em relação à Avenida Presidente
Castelo Branco, porque, conforme pesquisa e documentação comprobatória anexa a
este Processo, existem vários estabelecimentos comerciais localizados nos
limites da Rua Voluntários da Pátria com a Avenida Presidente Castelo Branco.
Em 08-04-14, a Procuradoria da Casa exarou parecer pela inexistência de óbice
legal à tramitação do Proc. nº 0046/14, aceitando como verdadeira apenas a
informação e a justificativa do autor em relação à não existência de moradores
domiciliados nos limites do logradouro, sem ressalvar, contudo, a necessidade
de averiguação e comprovação de moradores ou imóveis cadastrados no local. Em
02-06-14, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) manifestou-se pela
existência de óbice de natureza jurídica ao Projeto de Lei, concluindo haver
malferimento ao art. 4º da Lei Complementar nº 320, de 1994, e alterações
posteriores, não acolhendo, portanto, o Parecer Prévio da Procuradoria. A
Emenda nº 01 também foi rejeitada pela CCJ [Parecer do Ver. Reginaldo Pujol],
sob a justificativa de que, segundo norma jurídica, o acessório segue o
principal. Dessa forma, o conteúdo da Emenda nº 01 em nada alterou ou
contribuiu para o Projeto de Lei prosperar. Em 02-07-14, foi aberto prazo de dez
dias para contestação dos autores [...] Em 16-07-14, os autores da proposição
desistiram do prazo para contestação ao parecer da CCJ e solicitaram que o
projeto de lei tramitasse nas demais Comissões, iniciando pela Comissão de
Urbanização, Transportes e Habitação (CUTHAB). O requerente [...], como
integrante da CUTHAB, deveria ter-se considerado eticamente impedido de dar direcionamento
à tramitação de um Projeto de sua própria autoria. Em 07-08-14, o Processo nº
0046/14 foi encaminhado à CUTHAB, que concluiu por sua aprovação. Em 12-08-14,
foi encaminhado requerimento ao plenário, solicitando a inclusão [...] na Ordem
do Dia, por força do art. 81 da LOMPA. Em 13-08-14, o requerimento foi deferido
pelo presidente da Casa e encaminhado pela Diretoria Legislativa para votação
em 28-08-14, conforme preveem o art. 81 da LOMPA e o art. 160 do Regimento da
Câmara Municipal de Porto Alegre [...]. Entretanto o que chama a atenção é o
fato de que a solicitação do art. 81 para o processo nº 0046/14 antecede o parecer
da Procuradoria, que se manifestou somente - vejam bem! - em 27-08-14, caracterizando
uma flagrante irregularidade processual.”
Eu fiz questão de ler bem rapidamente essa
cronologia porque eu queria chegar aqui. Vejam bem, caracterizando uma
flagrante irregularidade processual. (Lê.): “Em 25-08-14, foi solicitada à
Diretoria Legislativa informações sobre a denominação oficial da Avenida
Presidente Castelo Branco. Em 26-08-14, a Diretoria Legislativa se manifestou,
informando que não há norma denominando o logradouro em questão, configurando,
dessa forma, uma denominação consagrada pelo tempo (direito consuetudinário).
Em 27-08-14, a Procuradoria desta Casa declarou não haver ato em vigor atribuindo
denominação à Avenida Presidente Castelo Branco. Ressalta-se que o teor da
matéria não caracteriza situação de alteração de denominação, e sim de
denominação de logradouro, considerando que a via não possui comprovação
oficial acerca de sua denominação. [...] O rito processual legislativo que
norteou esse processo é o de alteração de denominação, e não o de denominação
de logradouro”.
Pela
cronologia que eu apresentei aqui, (Lê.): “[...] podemos inferir que o Processo
nº 0046/14 e sua tramitação foram marcados por uma sucessão de...”
(Som cortado automaticamente por limitação de
tempo.)
(Presidente concede tempo para o término do
pronunciamento.)
A SRA. MÔNICA
LEAL: ...Para concluir, (Lê.): “...uma sucessão de ilegalidades jurídicas e
irregularidades processuais que se mostraram tão evidentes que o próprio prefeito
de Porto Alegre se recusou a sancionar a Lei”.
Eu quero concluir dizendo que esta Casa é um órgão
legislador, e eu como legisladora tenho obrigação de promover a oportunidade
para que nós possamos sanar essa irregularidade, essa ilegalidade cometida
aqui. Obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): A Ver.ª Fernanda Melchionna está com a palavra
para Comunicação de Líder.
A SRA.
FERNANDA MELCHIONNA: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores,
quero lamentar que num período de tanta efervescência na política brasileira,
de tanta prioridade e necessidade do aprofundamento das investigações como a
Lava Jato, de tantos temas que atingem os brasileiros, as brasileiras, os
gaúchos e os porto-alegrenses nós tenhamos, quase por ironia, sido provocados
pela intervenção do Ver. João Carlos Nedel sobre a ilegalidade, entre aspas, do
nosso projeto que denominou Av. da Legalidade e Democracia a entrada de Porto
Alegre. Mas eu, obviamente, vou discutir os temas do nosso projeto, que foi um
projeto bastante legal, e muito mais do que legal, foi um projeto que deu à
entrada da nossa Porto Alegre uma homenagem devido ao maior movimento cívico
que nós vivemos no Estado do Rio Grande do Sul, quando Leonel de Moura Brizola,
em 1961, garantiu a posse de João Goulart, verdadeiramente, colocando a
necessidade de resistir ao golpe militar e, depois de 1964, à ditadura
civil-militar brasileira.
Só não
poderia deixar de fazer um registro da necessidade que nós estamos vendo com
aprofundamento dessas operações de ampliar a democracia, porque o povo tem de
ser convocado a participar diante de uma situação de extrema gravidade política
causada por um regime político calcado na corrupção, na propina e nessa relação
espúria com as empreiteiras, começada lá na ditadura militar. Naquela época,
não se podia investigar e não se tinha liberdade de imprensa para falar das
negociatas do regime com os conglomerados econômicos, que seguiu e teve
sequência. Nós temos a convicção de que é necessário que haja investigações sem
seletividade, com todos os envolvidos, para que a verdade seja esclarecida, e,
sobretudo, que o dinheiro público retorne para os cofres públicos, para ser
investido naquilo que interessa ao povo.
Nós sabemos que existe uma operação em curso,
conduzida pelo Eduardo Cunha, que no afã de abafar a Lava Jato, quer, sim,
acelerar o impeachment da Dilma, e
que tem uma Comissão que, digamos, está muito longe de ter qualquer moral para
discutir temas como corrupção – Eduardo Cunha, Maluf e tantos outros –, fazendo
sessões aceleradas para tentar tirar a Presidente. Por outro, também temos
outro polo, com Renan Calheiros, que quer acomodar e abafar também as
investigações da Lava Jato. A forma de não abafar as investigações é chamar o
povo a participar, é ter referendos revogatórios, plebiscito, talvez novas
eleições para todos os cargos, porque em momentos de crise política nada melhor
do que a democracia para empoderar a população e para garantir que, de fato, as
pessoas sejam chamadas a refundar... É preciso refundar a República.
Concluo dizendo que, embora seja uma ironia, por
óbvio vou defender a legalidade de um projeto que corrigiu uma ilegalidade,
Ver. Nedel, cometida pelo Médici, quando veio a Porto Alegre, e mandou
homenagear o Castelo Branco. Naquela época nenhum processo tramitou na Câmara
de Vereadores, portanto, não fizemos uma alteração, fizemos uma denominação
real de nome de rua, que foi aprovada por 21 votos, nesta Câmara de Vereadores,
que foi a correção a uma homenagem histórica, tirando uma homenagem a um
responsável por crimes contra a humanidade da entrada de Porto Alegre.
Obviamente, não tem abaixo assinado porque não tem nenhum morador na Av. da
Legalidade e da Democracia. Quem costuma fazer projeto de nome de rua sem abaixo
assinado é o senhor, Ver. João Carlos Nedel, não esta Vereadora, que fez um
único projeto de nome de rua em toda a sua história na Câmara de Vereadores.
Espero que a Câmara discuta temas mais profundos. Já fizemos este debate, já
foi aprovado...
(Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
(Presidente concede
tempo para o término do pronunciamento.)
A SRA.
FERNANDA MELCHIONNA: ...A Câmara de
Vereadores já fez esse debate, foi no cinquentenário do golpe, portanto,
não foi um esforço meu e do Pedro Ruas apenas pela vontade de tirar homenagens
a ditadores, muito embora eu tenha ela em mim, mas foi um movimento nacional de
tirar homenagem a pessoas que cometeram crimes contra a humanidade que nós,
junto com o Comitê Carlos de Ré, com os movimentos de luta por direitos
humanos, fizemos, sim, na Câmara de Vereadores. Mas eu tenho a convicção de que
a Câmara tem, por óbvio, muitos assuntos mais importantes para tratar, seja a
conjuntura nacional, seja a conjuntura municipal, seja a questão dos homicídios,
seja a questão da saúde pública, seja a questão do transporte coletivo. E eu
tenho a convicção de que os Vereadores e Vereadoras derrotarão esse projeto da
Ver.ª Mônica Leal.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Elizandro
Sabino está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. ELIZANDRO
SABINO: Sr. Presidente, Ver. Cassio Trogildo; Srs. Vereadores, senhores e
senhoras que nos assistem das galerias aqui da Câmara, senhores e senhoras que
nos assistem através também da nossa TVCâmara; o projeto que nós queremos
trazer para discussão é o PLL nº 239/15, que é de nossa autoria. Este projeto
vem acolhendo uma solicitação que nós recebemos de órgãos de proteção que atuam
especialmente na área de proteção da defesa dos direitos de crianças e
adolescentes e na defesa dos direitos de idosos. Vejam que nós estamos tratando
de três grupos: crianças, adolescentes e idosos. Três grupos com peculiaridades
diversas – inegável esse fato. E também é inegável que sejam três grupos que
necessitam de um cuidado especial por parte da sociedade e do Estado, conforme
preconizam a Constituição Federal, o Estatuto da Criança e do Adolescente – Lei
Federal nº 8.069 – e o Estatuto do Idoso. Nesse sentido, considerando que dia
12 de outubro, Dia das Crianças, dia 1º de outubro, Dia Nacional e
Internacional dos Idosos, nós estamos propondo, através deste projeto, incluir
a efeméride Mês de Proteção à Criança, ao Adolescente e ao Idoso no Calendário
de Datas Comemorativas e de Conscientização do Município de Porto Alegre,
incluindo, portanto, outubro como um mês em que possamos tratar desse assunto,
especialmente o tema da proteção integral. Nós sabemos que muitas são as
demandas e, como Presidente da Frente Parlamentar de Defesa aos Direitos da Criança
e do Adolescente aqui nesta Casa, nós temos enfrentado algumas pautas
extremamente delicadas, extremamente complexas e muitos são os seminários que
já realizamos, os debates aqui na Câmara, através da Frente Parlamentar,
tratando, por exemplo, de temas como a exploração sexual de crianças e
adolescentes, como pedofilia, tratando de temas na área do idoso e
apresentando, inclusive, projetos de lei que venham a beneficiar a terceira
idade, os idosos.
Nesse sentido, Presidente, na discussão preliminar
de Pauta ora proposta, nós estamos apresentando o presente projeto legislativo,
de nossa autoria, rogando a todos os nossos colegas que através de uma análise
aprofundada possam nos acompanhar na votação, para que logremos êxito com a
aprovação; ao fim, com a sanção do Prefeito, que possamos, então, no mês de
outubro, estar comemorando e assinalando a data referente à criança, ao
adolescente e ao idoso, assim chamando a população porto-alegrense para uma
conscientização da importância dessas pessoas que, muitas vezes, em situação de
vulnerabilidade, precisam da nossa atenção, do nosso olhar, do nosso apoio e
muito mais da ação do Poder Legislativo voltada a essa classe da nossa
sociedade porto-alegrense.
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. RODRIGO MARONI (Requerimento): Sr.
Presidente, solicito um minuto de silêncio pelo falecimento do empresário Paulo
Carrion, que muitos Vereadores conhecem, uma pessoa que contribuiu muito com a
Cidade.
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Deferimos o pedido.
(Faz-se um minuto de
silêncio.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Engº
Comassetto está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. ENGº COMASSETTO: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, Sras. Vereadoras, senhoras e senhores, do conjunto de projetos que
estão em Pauta, vou aqui gastar menos de um minuto sobre o tema da legalidade e
vou concordar com a Rosane de Oliveira. Tenho muitas discordâncias com a Rosane
de Oliveira, mas, neste tema, vou concordar: será que a Câmara não tem mais
nada para fazer do que desconstituir uma lei recentemente aprovada e já
reconhecida pela Cidade? Então, na verdade, aqui se tenta trazer a esta Casa,
novamente, um debate de fundo ideológico, em que a homenagem aos ditadores tem
que se manter viva na cidade de Porto Alegre. Esta Casa tomou uma atitude, que
já é lei, e a Cidade já reconheceu.
Quero falar de um
projeto que acho ser muito mais importante para a Cidade, Ver. João Carlos
Nedel, que é nós podermos discutir e enfrentar a epidemia que se avizinha no
Brasil em termos de zika e chicungunha, sobre o processo com o mosquito
transmissor da dengue, do Aedes aegypti.
Eu tive a oportunidade, nos últimos 15 dias, de
conhecer uma pesquisadora baiana, de sobrenome França, Ver. Cleiton, que estava
aqui Porto Alegre. Ela é a pesquisadora que coordena, no Brasil, toda a
pesquisa sobre os vetores das doenças. Essa pesquisadora me fez um relato –
tive esse prazer e essa oportunidade, já que são notícias ainda não vinculadas
pela imprensa –, mostrando fotografias de crianças que nasceram deformadas, e
não é só a microcefalia, Ver. Dr. Raul, mas muito mais que isso, inclusive
atingindo os adultos, atingindo o sistema nervoso central. Está sendo
pesquisada a possibilidade de o vírus estar destruindo também as células-tronco
– isso ainda a título de pesquisa. Trago aqui esse alerta. O mosquito Aedes aegypti já é portador, no planeta Terra, de uma carga virótica de 14
vírus. Aqui, nós estamos falando de três: dengue, chicungunha e zika vírus. Ele já tem condições de
ser o transmissor de 14 vírus, vírus que não chegaram, ainda, no Brasil.
A pesquisadora também me relatou que, de acordo com
o que foi identificado, o zika vírus entrou no Brasil por duas origens: de um
soldado que veio do Haiti e de um senhor da África que veio para a formatura da
sua filha no Brasil – a partir desses dois casos, começou a expansão. Ela
também relatou outro fator importantíssimo, que eu não sabia: o mosquito Aedes aegypti, na sua origem, tinha 10%
de sangue e 90% de seiva na sua composição alimentar; agora, no Brasil, 90% de
sangue e 10% de seiva – esses já dependem do sangue! Então isso se reproduz
numa velocidade muito maior.
Eu quero dizer aqui ao Ver. Cleiton, que propõe
colocar esse tema no calendário da Cidade para o processo de educação para que
as crianças discutam nas escolas, que isso é de extrema importância e
fundamental, até porque nós temos que tratar aqui da questão do saneamento,
principalmente nas vilas irregulares, onde o socioambiental deixou de colocar
as redes de esgoto...
(Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
(Presidente concede
tempo para o término do pronunciamento.)
O SR. ENGº COMASSETTO: ...Para concluir, Sr. Presidente, eu falava sobre o
saneamento ambiental, que nas vilas irregulares o socioambiental deixou de
colocar a rede e a coleta dos esgotos, e aí se reproduz. Nós discutimos aqui o
novo Código de Limpeza Urbana, e foi prometido aqui nesta Casa, pelo Secretário
Carús, que em menos de um ano acabaria com os focos de lixo na Cidade, mas os
240 que existiam, aumentaram. Nós precisamos de uma prestação de contas desse
tema, porque é dinheiro público, muito dinheiro.
Então, Ver. Cleiton, eu concluo dizendo que a
proposta que o senhor traz para o debate na Cidade, de trazer para o sistema
educacional a análise e o combate ao mosquito Aedes aegypti e todos os
vírus que transmitem, é muito melhor do que discutir aqui o retorno do nome da
Av. da Legalidade. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): A Ver.ª Mônica Leal está com a palavra para uma Comunicação
de Líder.
A SRA. MÔNICA
LEAL: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, vamos lá, eu gosto
das coisas muito objetivas. Alteração de nome de rua significa o quê? Alteramos
um nome para outro. É obrigado a ter quantos votos? Vamos ver se eu estou
certa. Vinte e quatro. A lei, como alteração é 24. Quantos votos nós tivemos?
Vinte e um votos. Então é ilegal. Teve a autorização da SMURB? Não, não teve.
Mais uma ilegalidade. Foi ouvida a comunidade do entorno? Alguém sabe? Foi
ouvida? Não. Mais uma ilegalidade. Foi ouvida a UAMPA? Não. Mais uma
ilegalidade. Então, isso aqui é uma soma de ilegalidades! Numa Casa que é um
órgão legislador, que tem que ser a primeira e a mais interessada a cumprir e
respeitar normas! Ora! O que esta Vereadora aqui está fazendo, após um estudo
de longo tempo feito por especialistas, advogados? Foi
constatada uma série de irregularidades jurídicas e no processo legislativo,
então, esta Vereadora, que é uma legisladora – o que norteia o seu trabalho e a
sua caminhada tem como objetivo somente o cumprimento da lei –, traz a
oportunidade de nós resolvermos essa ilegalidade. Estou retornando à
legalidade, essa é a minha obrigação, fiz um juramento quando me tornei
Vereadora, jamais poderia fazer o contrário. Agora, sinceramente, Ver.
Comassetto, coisas mais importantes? Na minha vida não tem nada mais importante
do que cumprir a lei, não existe! Aliás, quando contrato um funcionário que me
pergunta o que tem que fazer para acertar, respondo: cumpra a lei! Aprendi isso
na minha casa, com o meu pai. É tão simples cumprir a lei, não tem mais ou
menos lei, como não existe mulher mais ou menos grávida. Passando desse
discurso – aliás, eu como jornalista, quero registrar aqui que lastimo
profundamente que colegas meus façam análise e comentários sem conhecer o
assunto –, parto sempre do princípio que, para criticar e comentar, é
necessário ter conhecimento pleno da matéria, do contrário, pode-se pagar um
mico, pode-se fazer um comentário errado, como vários jornalistas fizeram nesse
caso. Foi feito um estudo após a aprovação da lei que alterou o nome da Av.
Castelo Branco para Av. da Legalidade e da Democracia. Esse estudo ficou pronto
recentemente e apontou uma série de irregularidades no procedimento
legislativo. Mais uma vez quero deixar claro aqui: a Câmara
de Vereadores de Porto Alegre é o órgão legislativo e deve ser o
primeiro mais interessado a cumprir e respeitar normas.
Agora, por fim,
falando nessa parte ideológica, que não foi o que me levou a fazer esse
projeto, gostaria que todas as pessoas prestassem atenção para um trecho que
lerei do livro “O Quarto Poder – Uma Outra História”, do jornalista Paulo
Henrique Amorim, Ver. Comassetto, Ver.ª Fernanda. (Lê): “Mas o nacionalismo do
senhor Getúlio Vargas não impediu que do ano de 1937 ao ano de 1941, para ser
mais exato, até a data da conferência de chanceleres americanos no Itamaraty,
não impediu que de 37 a 41 o senhor Getúlio Vargas fosse um pálido satélite de
Hitler. A 11 de junho de 1940, no dia em que Paris caiu na mão dos nazistas, a
bordo do encouraçado Minas Gerais, agora vendido ao estrangeiro como ferro-
velho...” O que eu quero dizer com isso? Eu gostaria de saber do Deputado Pedro
Ruas e da Ver.ª Fernanda Melchionna se não vão retirar a Av. Getúlio Vargas,
porque a tese é de ideologia, de ditador...
(Aparte
antirregimental da Ver.ª Fernanda Melchionna.)
A SRA.
MÔNICA LEAL: Por fim, quero dizer que, na próxima oportunidade, falando de
ideologia para aqueles que gostam de dizer que o ex-Presidente Castelo Branco
cometeu um crime contra a humanidade...
(Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
(Presidente concede
tempo para o término do pronunciamento.)
A SRA. MÔNICA LEAL: ...eu quero dizer que
Castelo Branco foi para a Itália, para conhecimento de todos, combateu o
nazismo, foi humanista, teve grande importância na história. Então, não venham
com essa de ditadura, ideologia, que isso é quando não se tem o que responder
sobre as ilegalidades jurídicas que foram cometidas nesse processo e as
irregularidades no processo legislativo. Eu, como Vereadora, tenho obrigação de
cumprir a lei. E acredito que esta Casa, a Câmara de Vereadores, é um órgão
legislador e tem, também, obrigação não só de cumprir como de respeitar, e está
aí a oportunidade: nós estamos promovendo para todos os colegas que, assim como
eu, tenho certeza que vão querer dar o exemplo para que isso seja sanado.
Obrigada.
(Não revisado pela
oradora.)
A SRA.
FERNANDA MELCHIONNA: Presidente, nós estamos entregando um Pedido de Informações
agora, na Câmara de Vereadores, em relação ao Dopinha, a casa da Rua Santo
Antônio, nº 600, que, lamentavelmente, serviu como um dos sítios de tortura,
descoberto pelo Comitê Carlos de Ré. Eu e o Ver. Alex Fraga estamos fazendo um
requerimento, porque esse espaço, os Governos Municipal e Estadual haviam se
comprometido a desapropriar, transformar em museu, para garantir que esse sítio
histórico não fosse destruído. Lamentavelmente, um lugar onde aconteceram
torturas e, talvez, mortes está sendo destruído, tem uma retroescavadeira.
Pode, inclusive, estar comprometendo o resgate da nossa história, dos crimes
cometidos pela ditadura militar. Então, estou fazendo este Pedido de
Informações ao Governo Municipal, vou lhe entregar uma cópia, farei o protocolo de
tal pedido. E, muito rapidamente, não poderia deixar de responder a Ver.ª
Mônica Leal para lembrá-la de estudar História, porque Getúlio Vargas foi
eleito logo depois do Estado Novo, muito embora tenha tido um período
ditatorial, também foi eleito pelo povo do Brasil logo depois. Então, só para
não confundir alhos com bugalhos, é importante estudar História.
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Obrigado, Vereadora, e peço-lhe para não fazer o
debate no microfone de apartes.
O Ver. Kevin Krieger está com a palavra para
discutir a Pauta. (Pausa.) Desiste.
O Ver. Rodrigo Maroni está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. RODRIGO
MARONI: Boa tarde, Ver. Cassio Trogildo; demais Vereadores e Vereadoras;
colegas da Câmara; público que nos assiste pela TVCâmara. Particularmente, sou
um cara que acredita que, independente das gestões e dos gestores, dificilmente
um indivíduo assume um posto executivo, Ver. Prof. Alex, querendo fazer o pior.
Ele pode ter uma concepção ou outra de gestão. Tenho clareza que o PT, por
exemplo, quando esteve na Prefeitura, cumpriu um papel importante em
determinadas áreas, como o próprio Orçamento Participativo, que foi bastante
comentado hoje pela manhã; tenho convicção que o nosso próximo Prefeito também
vai cumprir um papel importante, e assim é do ser humano: tentar fazer o
melhor. Naturalmente, na política há as exceções, que muitas vezes não atuam
com o objetivo coletivo ou social, mas particularmente não acredito que é da
maioria. Acredito que até é muito mais fácil enriquecer ou fazer algo
individual na iniciativa privada do que nos espaços públicos, ainda mais, Ver.
Paulinho, como hoje a imprensa trata a política e trata as coisas da política,
o que muitas vezes considero absolutamente desconstrutivo. Acho que questionar,
criticar, investigar, acompanhar é fundamental, mas vejo que muitas vezes algo
é citado e só depois tentam justificar o que aconteceu de fato. Mas não sou de
pautas negativas, não é da minha característica, diferente do Ver. Prof. Alex,
que é muito crítico, o que é absolutamente legítimo. Eu gosto de tentar
trabalhar nas pautas positivas, reconhecer o trabalho do outro, seja de que
partido for – do PSOL, do DEM, do PSDB, do PT –, eu acho que há iniciativas
boas, porque é lamentável, muitas vezes, tu te colocares como o dono da verdade
ou detentor das melhores ideias para todos os temas, porque eu acho que isso
não existe, independente da concepção de mundo.
Quero fazer um reconhecimento ao Prefeito José
Fortunati e à Deputada Regina Becker no dia de hoje, que independente das
nossas... Porque tem muita gente que diz que o Maroni e a Regina têm um
trabalho igual, mas não tem isso. Apesar de trabalharmos na mesma pauta, a
gente tem formas e jeitos de perceber as coisas absolutamente diferentes, inclusive
de incorporar o tema no dia a dia. Hoje, foi construído um marco – que não só é
uma vitória do Prefeito, como ano passado eu comentava aqui, na votação da
liberação do Parque Saint’Hilaire, mas também dos Vereadores, quando votaram
pela liberação, algo que demorou anos, quase quatro anos, Carlinhos –, foi
iniciada a unidade pública veterinária, onde era o Parque Saint’Hilaire. Estava
lá o Vice-Prefeito de Viamão e a sua irmã, e até me surpreendeu, vou confessar
para vocês, que ela chorou com a pauta dos animais. Fiquei feliz, e não estou
fazendo uma ironia, estou falando do coração. Viamão é uma cidade que não tem
nada para os animais, não tem castração, não tem política pública, não tem
canil, não tem nada, não tem há anos – não estou fazendo uma crítica a esta
gestão –, e fiquei contente por saber que, pelo menos, vai ter a unidade
pública veterinária, e com especializações que hoje a SEDA não tem. Hoje, se um
animal tiver um tumor, uma fratura, ou tiver que fazer uma cirurgia, pode
aguardar a morte dele ou internar em uma clínica privada, onde tu vais pagar R$
1,5 mil, R$ 2 mil.
Também, para aproveitar meu último minuto, Ver.
Cassio, eu quero dizer o seguinte...
(Som cortado automaticamente por limitação de
tempo.)
(Presidente concede
tempo para o término do pronunciamento.)
O SR. RODRIGO
MARONI: ...Eu fiz uma saudação hoje ao Prefeito e eu quero fazer uma saudação
aos meus colegas da Câmara de Vereadores que votaram pela deliberação de algo
que demorou quatro anos.
Quero dizer também que esse projeto não pode parar
na primeira pedra. Tem o dinheiro liberado que vai vir do Grendene, ou seja,
está pago o projeto, mas ele tem que acontecer, não dá para parar, simplesmente
ficar lá um elefante branco parado. Ele tem que funcionar, tem que ser 24 horas,
algo que hoje não acontece. Não é possível que a verba dos animais seja 0,10%.
Tem que ter ambulância, porque, se um bicho for atropelado lá na zona sul...
Tem gente que não tem dinheiro para pagar uma passagem, quanto mais para levar
de táxi um animal, que vai gastar R$ 60,00. Então, isso vai ser parte da
vitória do hospital público veterinário, que a gente vai acompanhar.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Tarciso Flecha Negra está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
O SR. TARCISO
FLECHA NEGRA: Boa tarde, Presidente, Vereadores e Vereadoras, todos que nos assistem.
Hoje é um dia de muita alegria para mim. Na segunda-feira, início da semana,
fui procurado por um membro do Executivo do Movimento Negro do PMDB, do nosso
colega Ver. Cecchim, de Porto Alegre, o Sr. Celso Santos. Mesmo pertencendo a
um outro partido, o Sr. Celso Santos manifestou seu total apoio ao projeto do
museu do negro, um projeto que já foi aprovado aqui na Câmara de Vereadores, já
foi sancionado pelo Prefeito José Fortunati, mas ainda não foi regulamentado,
porque não foi definido um local, um espaço para a construção desse museu. Sei
que não estou sozinho, isso é o que me alegra nessa luta. E é por isso que
continuo, gente, com esse sonho de erguer o museu do negro em Porto Alegre. É
muito importante que os membros de outros partidos também manifestem o seu
apoio a esse projeto, que não é para mim, é um projeto para o povo, um projeto
que servirá para mostrar, principalmente para as crianças, a verdadeira
história do negro no Rio Grande do Sul. A falta de registro escrito na época,
principalmente a falta de reconhecimento do Poder Público e das instituições de
ensino sobre a participação do negro na construção da nossa sociedade, acabou
colocando o povo negro num plano secundário na formação do Brasil. O museu do
negro servirá para revisar nossa história, passar a limpo nossa memória a
partir da perspectiva, do olhar e da experiência do próprio negro.
Espero que em breve o projeto possa sair do papel.
Aqui, junto, que todos possam comemorar o museu do negro em Porto Alegre. Eu
digo: a cada ano virei à tribuna porque para mim consciência negra é todo dia,
não é só em novembro. Virei, enquanto estiver aqui nesta Câmara de Vereadores,
a esta tribuna para falar do museu do negro e da importância do afrodescendente
no Rio Grande do Sul - sempre digo que a história do negro no Estado é uma
história linda, só que não está à disposição, não é contada!
Eu vim de
Minas Gerais; a nossa história está lá, a céu aberto, em Ouro Preto, Mariana: o
que o negro fez, o que o negro foi no Estado de Minas Gerais! Assim é no Rio de
Janeiro, em São Paulo, na Bahia, em Recife! No Rio Grande do Sul temos em torno
de 45% de afrodescendentes! Não contar a história desse passado tão lindo para
as nossas crianças é negá-la para nosso povo. Por isso digo que não existe
bandeira de partido; a bandeira tem um nome: bandeira afrodescendente – essa é
a bandeira. No momento essa é a bandeira que estou lutando e pela qual sempre lutarei.
O meu partido é o PSD e essa não é sua bandeira, porque essa é uma bandeira de
todos os partidos! Todos os partidos têm um movimento negro, e não importa onde
esteja o movimento negro, ele é de qualquer partido! Esse museu do negro é uma
bandeira só, é uma bandeira histórica para o povo e vai prestar muito para o
nosso povo e para as nossas crianças verem o que os negros fizeram no Rio
Grande do Sul: maravilhas! Ajudaram a construir não somente o Rio Grande do
Sul, como o País, o Brasil. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
(O Ver. Paulo Brum assume a presidência dos
trabalhos.)
O SR.
PRESIDENTE (Paulo Brum): A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra para uma
Comunicação de Líder, pela oposição.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Sr. Presidente, Ver. Paulo Brum; Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras; em
nome da oposição, eu quero aqui fazer uma fala que tem dois sentidos. Primeiro,
o nosso repúdio veemente às ameaças físicas, de violência, de reação aos atos
públicos, às atitudes públicas, às decisões públicas, sejam de que ordens
forem. Na noite passada, houve uma ameaça, uma manifestação à frente da casa
dos filhos do Ministro Teori Zavascki. Isso é inaceitável! Não há
possibilidade, em plenos tempos democráticos, de nós aceitarmos que as pessoas
sejam coagidas, inclusive com ameaças aos seus familiares, aos seus filhos por
tomarem alguma decisão republicana que agrade ou desagrade esse ou aquele no
exercício de suas funções. É preciso ter muito coragem para ser o trabalhador
da lei. Todos os movimentos que têm se manifestado nas ruas pela democracia têm
como marca, como pauta e como bandeira principal que nós não rasguemos os
preceitos legais construídos duramente neste País e que tem previsão de
imputabilidade, de inocência, de fóruns, e que há toda uma regra para julgar,
coibir, fiscalizar os agentes públicos, as pessoas civis e as empresas.
Queremos, da mesma maneira, nesse mesmo sentido,
repudiar uma manifestação absurda – e aí eu sei que falo em nome do PSOL,
pediram-me Fernanda Melchionna e Alex – da médica do filho da nossa Suplente de
Vereador Ariane Leitão, que se manifestou por rede social dizendo que não será
mais médica da criança porque sua mãe é petista. Essa é uma atitude antiética,
e eu sei que a Ver.ª Mônica está, inclusive, espantada como todos nós. É
inaceitável que as pessoas passem a trabalhar na relação humana com uma atitude
de exclusão, de intolerância, de discriminação, de partidarização. O Brasil não
merece isso, a democracia, que ainda é muito incipiente, não merece isso.
Eu faço ainda uma única reflexão sobre a lista que
está espantando todos e todas, novamente a reflexão que fiz ontem, Ver.ª
Fernanda, com os municipários: nós recém terminamos, ano passado, com o
financiamento empresarial de campanha. Então se há uma lição, uma das lições
neste momento que o Brasil vive é que o financiamento legal de campanha – legal
ou não, mas oficial – é a forma como o poder econômico se apropriava de
mandatos. Então não se espantem que as pessoas estejam em uma lista, poderá ela
ser lista de caixa um, dois, três ou quatro. Acho que nós precisamos ter
serenidade para a Justiça identificar e de cada um com as suas histórias poder
responder. E não como alguns meios de comunicação que apostam em quanto pior,
melhor, fazem terra arrasada e colocam o nome das pessoas na lama.
Sobre o tema dos municipários, quero falar que nós
participamos ontem, a oposição estava aqui, o Ver. Airto Ferronato, foi um
convite para todos os Vereadores e Vereadoras, de uma audiência pública sobre o
questionamento judicial, um ato dos municipários nesta Casa, chamado pelo
Sindicato dos Municipários, que construiu e abriu uma campanha em defesa da
nossa lei, votada nesta Casa, construída com os municipários, lei do Executivo
Municipal, que estabeleceu novas regras para o Plano de Classificação de Cargos
e Salários, sanando os problemas indicados pelo Ministério Público. Essa
legislação não é ilegal, não é imoral, não é um jeitinho, não é burla, ela
garantiu o estímulo à carreira, é uma construção dos municipários nesse
período. E dessa campanha Nenhum Centavo a Menos, nós esperamos que a Casa
toda, inteira, como Câmara, a nossa oposição assine o manifesto, defenda a
legislação conquistada, e diga ao Judiciário que pare de perseguir o
trabalhador e a trabalhadora, que coloque teto salarial neste País, que faça
valer a Constituição, que garanta a democracia. A defesa dos municipários – é a
sua defesa também, Vereador – começou ontem, e sei que estaremos unidos. Se há
alguma causa em que estaremos unidos é nessa. Nós votamos essa lei com
consciência, não para fazer burla, para dar um jeitinho. Não aceitamos esse
terrorismo para cima da categoria dos municipários.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Engº Comassetto está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. ENGº COMASSETTO: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, senhoras e senhores, o nosso
partido e a nossa liderança tem vindo aqui, reiteradamente, a esta tribuna,
trazer o debate sobre a atual conjuntura brasileira e sempre defender, antes de
tudo, a Constituição brasileira e uma sociedade de paz. Em meu nome, do Ver.
Marcelo Sgarbossa, do Ver. Adeli Sell, da Ver.ª Sofia Cavedon, queremos dizer
que ontem houve um conjunto de decisões ao cumprimento da Constituição. Alguns
fatos dos últimos
dias demonstram que, apesar dos atropelos cometidos por setores do Judiciário,
no Brasil existem leis, e estas precisam ser cumpridas. Demonstram que temos
uma Constituição, e essa precisa ser cumprida. Demonstram que precisamos sempre
estar alerta na defesa do Estado Democrático de Direito. O Procurador-Geral da
República, Rodrigo Janot, enviou ontem uma carta intitulada "União e
Serenidade" aos integrantes do Ministério Público Federal, pedindo que
esqueçam vaidades e não se deixem influenciar pelas "paixões das
ruas". Rodrigo Janot pede também aos Procuradores que evitem o
messianismo, as cizânias personalistas e os arroubos das idiossincrasias
individuais. Com todas as letras, o Procurador-Geral destaca ainda que o MPF
não possui ideologia ou partido e que os guias da instituição são o texto da
Constituição e as leis. Janot orienta também seus subordinados a ficarem
alheios aos interesses da política partidária e a evitarem que as paixões das
ruas encontrem guarida entre as hostes da Procuradoria. O recado é claro: a
aplicação e o respeito da lei é para todos, não somente a um grupo político ou
a um grupo de pessoas.
Outro exemplo também foi dado ontem, partiu do
Ministro do STF Teori Zavascki, que, à luz da lei, determinou que o Juiz
Federal Sérgio Moro envie para o STF as investigações da Operação Lava Jato que
envolvem o ex-Presidente Lula. A determinação de Teori inviabiliza a decisão do
Ministro Gilmar Mendes, que, em inúmeras ocasiões, já demonstrou não ser um
Ministro isento, que tem lado e ligações íntimas com campo de oposição ao atual
Governo brasileiro. Teori inviabilizou a decisão de Gilmar Mendes de que as
investigações sobre Lula ficassem com Moro, decretou novamente o sigilo sobre
os grampos que envolveram pessoas que têm fórum privilegiado e principalmente à
Presidência da República. E cobrou explicações de Moro sobre a retirada do
segredo de Justiça das investigações. Moro terá dez dias para se explicar ao
Supremo Tribunal Federal. A Justiça não pode ter lado, a Justiça não pode beneficiar
este ou aquele partido em detrimento deste ou daquele grupo. Porém, ao impor o
respeito e o cumprimento às leis, o Ministro Teori Zavascki entrou na lista das
personas non gratas dos grupos que,
mesmo sem uma única prova, uma sequer, querem o impeachment da Presidente Dilma Rousseff. Um impeachment, ressalte-se, pedido desde o dia 26 de outubro de 2014,
um dia após o fechamento das urnas que conferiu mais de 54 milhões de votos à
Presidente Dilma. Já são quase dois anos, dois anos que buscam atropelar, pela
força e pelo grito, a lei. Sejamos claros: com o impeachment querem, assim, concretizar um golpe, um golpe branco,
um golpe com verniz de "legalidade", um golpe que está sendo
capitaneado pelo peemedebista Eduardo Cunha, ele sim réu, ele sim comprovadamente
corrupto, ele sim com contas não declaradas na Suíça, ele sim como beneficiário
de milhões de dólares do sistema de corrupção brasileira. Metade dos Deputados
que compõe a comissão do impeachment tem
algum problema com a justiça: são citados em delações, são acusados de desvios
ou de enriquecimento ilícito. E por conta da decisão do Ministro Teori, que
busca o cumprimento da lei... Ontem, o Ministro Teori sentiu na pele a ira, o
ódio, a loucura dos golpistas, integrantes dos grupos Movimento Brasil Livre,
Vem para a Rua, Revoltados On-Line e a La Banda Loka Liberal, todos
financiados, entre outros, pelos irmãos Koch, grupo petrolífero
norte-americano, pela FIESP e muitos outros grupos. E, aqui em Porto Alegre, o
filho do Ministro sofreu ameaças de morte. Isso não pode continuar. Obrigado,
Sr. Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
(O Ver. Cassio Trogildo reassume a presidência dos trabalhos.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Idenir Cecchim está com a palavra para uma Comunicação de líder.
O SR. IDENIR CECCHIM: Sr. Presidente, Sras.
Vereadoras, Srs. Vereadores, público que está nas galerias, eu estava atendendo
algumas demandas, anotando na minha bancada e ouvindo o Ver. Comassetto ler aquilo que interessa do Judiciário, Ver.ª Mônica. Só leu aquilo que
interessa. O Judiciário é bom quando é a favor deles! O Sérgio Moro não é bom!
O Zavascki é bom, o outro não é! Golpe é quando favorece os outros; quando é a
favor do Partido dos Trabalhadores é a Constituição! Eu quero dizer que eu não
preciso ler nenhuma sentença de nenhum Juiz, Desembargador ou Ministro; eu
escuto a voz das ruas! O que o povo brasileiro está dizendo e sentindo? Está se
sentindo roubado, desmoralizado, iludido, ouvindo mentiras todos os dias. Isso
é o que o povo ouve e sente todo o dia! Não precisa ler nada, Ver. Comassetto,
não precisa ler sentenças. Eu pedi a saída do Cunha, aqui desta tribuna, antes
do Comassetto! Porque o Partido dos Trabalhadores, até quando imaginava que o
Cunha servia, era amigo do Cunha, abraçava o Cunha! O Partido dos Trabalhadores
sempre foi abraçado no PMDB do Rio de Janeiro, do Maranhão, da Bahia, naquela
turminha que interessava, que são esses que estão agora respondendo. Eu acho
que todos eles têm que ser julgados. Eu entendo os Vereadores do Partido dos
Trabalhadores aqui desta Casa, porque é muito difícil defender um Governo como
este! Como é que se vai defender um Governo como este, Ver. Bernardino, que há
dois anos que tomou posse e só fala que não vai ter golpe? Mas já deram o golpe
antes da eleição, a guerrilheira Dilma deu um golpe antes da eleição, mentiu
para o povo brasileiro, prometeu o que não podia cumprir, e não cumpriu, e pior
do que isso: ela fez o carro dar marcha à ré. Piorou do que estava, por
incompetência, por não falar a verdade, por estar cercada de ladrões, que ainda
bem que a Justiça botou na cadeia. Às vezes, eu olho para o pessoal que vem
aqui na tribuna com um esforço danado para tentar defender o Governo do PT, e
eu respeito essas pessoas, porque a grande maioria é de pessoas dignas, que
acreditou no engodo do seu próprio partido; acreditou na mentira constante,
diária do próprio partido. E ainda desculpam quando o Lula diz que a Maria do
Rosário e a outra Senadora têm o dedo duro. Eu acho que elas não dedaram ninguém,
mas quem fala isso é o Lula. Uma falta de respeito danado com as mulheres deste
Brasil. Aliás, eu quero ver as Vereadoras falarem sobre isso aqui na Câmara,
aqui da tribuna, porque eu ainda não vi. Eu não vi as mulheres desta Câmara
falarem sobre o que o Lula disse. Elas são muito feministas e fazem bem, muitas
vezes, mas têm que falar sobre tudo, inclusive sobre este episódio do Lula. Eu
vou esperar as mulheres Vereadoras desta Câmara falarem sobre estas bobagens
que o Lula disse sobre mulheres, a ofensa pública. Machismo declarado! Eu vou
esperar as mulheres desta Casa falarem sobre este assunto! Se a Maria do
Rosário não se sentiu ofendida, é problema dela; agora, as mulheres aqui da
Câmara, as mulheres gaúchas e brasileiras têm que se insurgir contra isso. E eu
vou esperar e tenho certeza de que as mulheres daqui, as Vereadoras vão se
levantar e falar sobre isso. Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo – às 15h32min): Havendo quórum, passamos à
ORDEM DO DIA
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
NOMINAL
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC. Nº 2501/13 – VETO TOTAL ao PROJETO
DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 283/13, de autoria da
Verª Fernanda Melchionna e Ver. Pedro Ruas, que dispõe sobre peças e anúncios
publicitários de órgãos e entidades dos Poderes Legislativo e Executivo
Municipais, bem como de concessionárias de serviço público.
Pareceres:
- da CCJ. Relator Ver. Márcio Bins Ely: pela
manutenção do Veto Total;
- da CEFOR. Relator Ver. Idenir Cecchim: pela
manutenção do Veto Total;
- da CUTHAB. Relator Ver. Delegado Cleiton: pela
manutenção do Veto Total.
Observações:
-
para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – art. 77,
§ 4º, da LOM;
- votação nominal nos termos do art. 174, II, do Regimento da CMPA.
Na
apreciação do Veto, vota-se o Projeto:
SIM
– aprova o Projeto, rejeita o Veto;
NÃO
– rejeita o Projeto, aceita o Veto.
-
Trigésimo dia: 15-03-16 (terça-feira).
O SR. PRESIDENTE
(Cassio Trogildo): Em discussão o PLL nº 283/13, com Veto Total.
(Pausa.) A Ver.ª Fernanda Melchionna está com a palavra para discutir o PLL nº
283/13, com Veto Total.
A SRA.
FERNANDA MELCHIONNA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, venho discutir de
novo esta matéria, e, como os Vereadores sabem, é mais um dos vetos absurdos do
Governo em relação a um projeto conectado com as demandas da população por mais
transparência, por melhor utilização dos recursos públicos. Este projeto foi
aprovado pela unanimidade dos Vereadores e Vereadoras desta Casa. Este projeto,
na verdade, determina que sejam publicados, ao lado da sua veiculação, os
valores pagos pelas peças publicitárias, quando adquiridas pela Prefeitura, no
caso do jornal e na televisão; e quando for no rádio, inclusive por sugestão do
André, que seja publicado, em até cinco dias úteis, num site, de forma clara, concisa para que a população tenha controle
das verbas publicitárias que estão sendo destinadas aos veículos de
comunicação, não vou dizer só aos grandes veículos, vou dizer a todos, porque é
todo o conjunto de aquisição de peças publicitárias. Mais: com a emenda do Ver.
Mendes Ribeiro, ficou também definido que devem ser públicos os patrocínios que
a Prefeitura, eventualmente, dá. E nós fizemos este projeto por duas razões
bastante óbvias: a primeira delas é que o dinheiro dos cofres do Município de
Porto Alegre, do erário, é dinheiro do povo da nossa Cidade e tem que ser
encarado como um bem público. Portanto, se nós temos a transparência, o Portal
da Transparência, se nós temos um conjunto de informações públicas, e que bom
que são públicas, nós precisamos ampliar esse acesso às informações. Com a Lei
de Acesso à Informação Pública, pelo menos muitas coisas se tornaram
obrigatórias de serem respondidas pelos governos. Muito embora, às vezes, os
governos demorem para responder ou, como no caso da Secretaria de Segurança
Pública do Estado, se recusem, Ver. Alex Fraga, a responder sobre dados que são
públicos, que deveriam ser públicos para mostrar a situação da política de
segurança pública do Estado do Rio Grande do Sul. Talvez, pela ausência da
política de segurança pública, o Governo e o Secretário da Segurança Pública
disseram que o número de brigadianos no policiamento ostensivo, os equipamentos
para esses policiais e a falta de policiais sejam informações secretas. Mas nós
sabemos que elas precisam ser cada vez mais públicas diante da necessidade do
controle público sobre o Governo, da necessidade de concurso público para essas
áreas, para policiais civis, para brigadianos, para bombeiros. Alias, tem
concurso público aberto em que foi proibida a nomeação graças aos decretos do
Sartori. Mas é preciso que haja compreensão de que essas informações tinham que
ser públicas, para, inclusive, se avançar em uma política estadual de segurança
pública com prioridade na redução dos crimes contra a vida. Ontem o IPEA lançou
o estudo em que 10% dos homicídios de todo o mundo são realizados no Brasil, a
maioria jovem, a maioria negros. Então isso é muito grave. O Brasil é campeão,
Ver. Tarciso, inclusive, comparado com países que estão em guerra civil! Não é
possível ter uma política de segurança.
Nosso projeto trata, então, da publicidade, das
verbas e das compras de espaços publicitários. Eu me recordo muito bem quando
foi comprada uma propaganda de um minuto para dizer que o Hospital da Restinga
estava aberto e, na verdade, faltava médico no Hospital da Restinga. O povo
estava sendo mandado para o HPS para fazer sutura, enquanto tinha uma
propaganda que custava milhões de reais sendo veiculada à época, Ver. Dr.
Thiago. E essa luta do Hospital da Restinga é uma luta antiga, e nós fizemos
várias audiências lá e lutamos junto com a comunidade pela sua concretização.
Então é muito grave que a destinação dos recursos públicos não seja utilizada,
muitas vezes, para informações necessárias. Nós precisamos, evidentemente, de
campanhas, como é o caso do combate ao zika vírus, ao Aedes aegypti, à questão do controle do mosquito, como outras
informações de utilidade pública, educação ambiental, que precisam, sim, de
campanhas massivas. Mas o que nós queremos com o projeto é que isso seja
transparente, que o dinheiro público seja tratado como dinheiro do povo da
nossa Cidade, que quando sejam comprados espaços publicitários esse valor seja
anunciado do ladinho, como acontece com os candidatos durante o período
eleitoral. Todos sabem que é assim, que seja assim quando a
Prefeitura contrate, independente de prefeitura ou de peças publicitárias. Não
envolve nenhum gasto para a Prefeitura; envolve noção de transparência...
(Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Engº
Comassetto está com a palavra para discutir o PLL nº 283/13, com Veto Total.
O SR. ENGº COMASSETTO: Sr. Presidente,
Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, há poucos minutos eu e o Ver. Idenir Cecchim
fizemos um debate de opiniões diferentes sobre a condução da política
brasileira. Convido o Ver. Idenir Cecchim para vir fazer o debate desse
projeto, quais os reflexos que têm sobre a transparência dos recursos públicos
e o porquê do veto. O projeto é muito simples. Qual a sua essência, Ver.
Cecchim? Gostaria de debater a sustentação do veto desse projeto com V. Exa. O
projeto, aprovado por nós, aqui na Casa, dispõe que sobre as peças e anúncios
publicitários de órgãos e entidades dos poderes legislativos - portanto, do
nosso e do Executivo Municipal, da Prefeitura, das suas empresas e autarquias,
que tenham publicidade -, que a população saiba quanto foi gasto numa peça
publicitária e qual o efeito que isso tem como benefício para a sociedade. A
pergunta que não quer calar: por que esconder os gastos feitos com publicidade?
Acho que aqueles que querem revogar essa lei têm de vir à tribuna dizer qual a
justificativa. Esse é o debate que estamos fazendo aqui. Todos nós temos subido
a esta tribuna defender teses de moralização das ações públicas
administrativas, Ver. Reginaldo Pujol. Portanto, precisamos concretizar isso na
política municipal, e um projeto como este é importante para a sociedade
porto-alegrense, é muito simples: que seja informado o dinheiro aplicado nas
peças publicitárias. Eu não vejo problemas nisso, nenhum problema. Diga-se
mais: nós já fizemos isso lá na Administração Popular, em todas as obras
públicas colocamos o valor na placa, informando quanto as obras custaram. Creio
que deveríamos fazer uma emenda à legislação dizendo que a todas as obras que
sofrerem aditivos têm que ser acrescentado na placa o valor do aditivo, porque
todas as obras que estão paralisadas na cidade de Porto Alegre, e já veio
dinheiro público do Governo Federal por conta da Copa, estão atrasadas. Todas
elas receberam aditivos e estão num quebra e constrói, constrói e quebra. Por
que isso? Essas obras todas estão recebendo dinheiro público, inclusive para
divulgação. Quem não lembra aqui da grande divulgação investida por conta da
Copa do Mundo em relação às peças publicitárias, às obras e atividades? Então,
venho aqui defender a derrubada do veto a este projeto, porque entendemos que
este projeto vem ao encontro da transparência dos recursos públicos municipais
aqui do Legislativo e do Governo Federal. Sempre há temas polêmicos, e nada
melhor do que um dia depois do outro para discutirmos. E aí, Ver.ª Sofia, vou
ter que lembrar aqui que ontem o Presidente Barack Obama disse que se Cuba tem
algo que contribui para o mundo, são os médicos que eles mandam para todos os
países que precisam, inclusive aqui, pelo Mais Médicos. Então, agora, depois que
o Barack Obama disse isso em relação aos médicos que prestam esse serviço para
a humanidade, um tema como esse fica fichinha de discutirmos aqui a
contradição, Ver. Cecchim. Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver.
Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir o PLL nº 283/13, com Veto
Total.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sras.
Vereadoras e Srs. Vereadores, as razões do veto são muito objetivas. Diz o
veto, em seu segundo parágrafo: "Ocorre que ao impor a obrigatoriedade de
fazer constar em todas as peças publicitárias o valor total pago, o custo total
da peça ou do anúncio publicitário, ao erário municipal, o número da lei, a
quantidade de exemplares ou de inserções, no caso de veiculação impressa, o
valor do patrocínio, no caso de materiais de eventos patrocinados, a norma da
iniciativa parlamentar implica na interferência, na organização e no
funcionamento da administração municipal, usurpando competência privativa do
Chefe do Poder Executivo, nos termos do art. 94, IV, da Lei Orgânica do
Município de Porto Alegre. Destarte, a proposição trata de matéria de
competência privativa do Chefe do Poder Executivo Municipal, interferindo na
administração do Poder Executivo Municipal, conforme dispõe o art. 94, IV da
Lei Orgânica do Município de Porto Alegre – Organização e Funcionamento da
Administração."
Sr. Presidente, Sras.
Vereadoras e Srs. Vereadores, o veto se alonga, enumerando vários empecilhos de
ordem legal e fica no ar a discussão colocada pelo ilustre Ver. Comassetto, por
quem eu tenho um grande respeito, porque é um homem que tem sustentado com
muita coerência as suas posições aqui dentro da Casa. Nada no sentido de
revisar essa postura, a qual eu respeito profundamente. O que ocorre é que a Casa
e o Município de Porto Alegre também têm tido uma tradição nesse sentido. Ora,
nós, que hoje pertencemos à base do Governo e, em alguns casos, como o meu,
fomos longo tempo oposição nesta Casa. O Ver. Adeli Sell se lembra disso. O
Ver. Comassetto não havia sido ainda Vereador, e nós éramos oposição. E, na
ocasião, Ver. Dr. Thiago, mais de uma vez, colegas nossos tentaram fazer
projetos de lei semelhantes a este, e todos eles foram sistematicamente vetados
pelo Executivo da época, que era do partido do Ver. Comassetto, por essa mesma
razão. Nós aqui discursávamos, dizendo: mas como não querem que o povo tenha
conhecimento desses gastos, que tenha transparência? Agora o Ver. Comassetto
vem e nos cobra por igual essa transparência, num Município em que o Ministério
Público Federal – esse das várias operações –, olhando o relatório, Ver. Mendes
Ribeiro, deu nota dez para Porto Alegre por seu portal de transparência, que
mantém tudo aberto. Então, sem criar ônus exagerados, sem criar dificuldades
burocráticas, sem criar, inclusive, situações de difícil execução... Como é que
nós vamos discutir com o patrocinador? A cada patrocinador que paga uma peça
publicitária nós vamos perguntar quanto ele pagou, como fez ou deixou de fazer,
qual a lei que autorizou e assim por diante? Não. Essa é uma proposta que, ao
longo do tempo, o Partido dos Trabalhadores, enquanto Governo desta Cidade,
rejeitou. Agora eu até me socorro desses argumentos, tenho trazido do passado,
de quem vetou essas propostas. O artigo 94 é categórico nesse paralelo. Na
semana passada, ou há dez dias, um veto do Sr. Prefeito a um projeto de nossa
autoria foi acolhido com os votos integrais da oposição – com exceção do Ver.
Comassetto, faça-se justiça –, o próprio Município havia liberado a base para votar
e rejeitá-lo, e se dizia, na ocasião, que o meu projeto era acusado de ferir a
Lei Orgânica do Município; por isso a oposição, em massa, pediu a rejeição do
projeto e o acolhimento do veto. Agora, neste caso, a existência de invasão, de
ação do poder privativo do Chefe do Poder Executivo é absoluta, não há nem que
se perder tempo fazendo elucubrações e grandes pronunciamentos, porque isso é
muito claro. Então, por essa razão, Sr. Presidente, eu acho que esse é um dos
processos com que a Casa tem que se cuidar, não promover leis flagrantemente
inconstitucionais que, depois, venham gerar...
(Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
(Presidente concede
tempo para o término do pronunciamento.)
O SR. REGINALDO PUJOL: ...que nós sejamos
forçados a concordar com o Veto do Poder Executivo, que, de certa maneira,
reduz o nosso prestígio e a nossa capacidade legislativa. O que é ilegal não
pode prosperar; esse é o sentido geral.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Idenir
Cecchim está com a palavra para discutir o PLL nº 283/13, com Veto Total.
O SR. IDENIR CECCHIM: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, Sras. Vereadoras, Ver. Comassetto, quero lhe dizer que há muitos
assuntos com os quais a gente concorda – esse é um. Eu votei nesse projeto,
defendi e continuo com a mesma coerência, Ver. Mendes Ribeiro, até porque V.
Exa. é autor de emenda nesse projeto, muito boa a emenda. Eu defendi o projeto
e a emenda e continuo defendendo.. Então eu votarei a favor do projeto, até
porque não recebi nenhuma pressão do Governo para manter o Veto, não tenho
nenhuma obrigação. Se for ilegal, eu não sei quais as providências que a
Prefeitura vai tomar, mas votei e vou continuar votando no projeto e na emenda,
Ver. Mendes Ribeiro. Não preciso mais declarar nada, a não ser isto: estou
coerente com a primeira votação que eu fiz, a pedido e esclarecido por Vossa
Excelência.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Prof.
Alex Fraga está com a palavra para discutir o PLL nº 283/13, com Veto Total.
O SR. PROF. ALEX FRAGA: Boa tarde, senhoras e
senhores que acompanham os nossos trabalhos na tarde de hoje; boa tarde Srs.
Vereadores, Sras. Vereadoras. Eu gostaria de dialogar com o Ver. Reginaldo
Pujol, que trouxe uma argumentação sobre o seu ponto de vista com relação a
esse projeto que tenta dar mais transparência aos gastos com publicidade do
Município de Porto Alegre. Eu acredito que todos – não estou falando apenas em
Vereadoras e Vereadores, mas em toda a sociedade – clamam por mais
transparência. O cidadão quer saber para onde vai, onde é aplicado o dinheiro
dos seus impostos; portanto, não podemos questionar o mérito do projeto em
questão. Agora, o Ver. Reginaldo Pujol destacou que não é atribuição desta Casa
Legislativa legislar sobre o assunto.
Gostaria de destacar
dois artigos da nossa Lei Orgânica do Município de Porto Alegre. De acordo com
o art. 55, e isso está anexado ao processo, portanto acredito que o Ver.
Reginaldo Pujol tenha lido previamente (Lê.): “Art. 55 – Cabe à Câmara Municipal legislar sobre assuntos de
interesse local, observadas as determinações e a hierarquia constitucional,
suplementarmente à legislação federal e estadual, e fiscalizar, mediante
controle externo, a administração direta e indireta. Parágrafo único – em
defesa do bem comum, a Câmara Municipal se pronunciará sobre qualquer assunto
de interesse público”. O art. 56 versa o seguinte, sendo ainda mais importante
(Lê.): “Art. 56 – Os assuntos de
competência do Município sobre os quais cabe à Câmara Municipal dispor, com a
sanção do Prefeito, são, especialmente: (...) VII – convênios, contratos e atos
assemelhados com entidades públicas ou particulares”, ou seja, cabe a esta Casa
Legislativa, sim, legislar sobre convênios, contratos e atos assemelhados no
Município de Porto Alegre; portanto, é, sim, nossa atribuição.
Eu também gostaria de
destacar o parecer do Ver. Guilherme Socias Villela – por quem o Ver. Reginaldo
Pujol tem alta estima e a quem já rasgou muitos elogios nesta tribuna –, que
foi Relator do processo na CEFOR (Lê.): “Também entendemos como bastante
meritória a Proposição, mormente diante da certeza de que a gestão pública deve
ser a mais transparente, como, aliás, estabelecido na Lei Orgânica do
Município, em seu artigo 6º, inciso I, quando diz que ‘o Município será
administrado com base no compromisso da transparência pública dos atos’. Da
mesma forma, o Regimento da Câmara (art. 4º) cita funções de controle externo,
que implicam vigilância dos negócios do Executivo, também sob o prisma da
publicidade.” Infelizmente, o Ver. Guilherme Socias Villela não está presente,
está afastado por licença, mas acredito que ele teria também a concordância com
a Ver. Fernanda Melchionna e o ex-Vereador, atual Deputado Estadual, Pedro Ruas,
autores desta proposta, deste projeto de lei. Portanto, reforço aqui o meu
ponto de vista, de que há, sim, responsabilidade desta Câmara de propor um
projeto desta natureza, e o mérito nós não podemos sequer discutir, porque
precisamos, sim, dar mais transparência aos gastos públicos.
O Sr. Reginaldo Pujol: V. Exa. permite um
aparte? (Assentimento do orador.) Vereador, obrigado pelo aparte. Só proponho a
V. Exa. que faça a distinção a respeito das coisas que esta Casa pode dispor,
como sendo ampla, geral e restrita, e aqueles projetos que pode iniciar ou não.
Eu lhe afirmo as razões do Prefeito, no caso, a iniciativa desse projeto é
absolutamente ilegal e inconstitucional. Quanto ao disposto nessa matéria será
veste do Executivo; se chegasse aqui a dispor, era absoluta responsabilidade
nossa dispor, mas não iniciar.
O SR. PROF. ALEX FRAGA: Muito bem. Para
encerrar, eu gostaria de reforçar o meu posicionamento com relação à
necessidade urgente de toda a classe política, nas esferas municipal, estadual
e federal, uma mudança de olhares com relação à atualidade. Precisamos rever os
nossos conceitos. A publicidade dos atos do Governo é cada vez mais necessária.
Precisamos prestar contas à população que está nas ruas manifestando a sua
indignação, a sua não conformidade com os rumos que a nossa política tem tomado
nas últimas décadas. Portanto, é necessária essa mudança; a mudança das leis, a
mudança de normativas e maior publicidade e transparência aos atos dos
governos. Portanto, eu peço, novamente, aos Vereadores que se manifestem,
favoravelmente, ao projeto e contra o veto da Prefeitura.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Dr.
Thiago está com a palavra para discutir o PLL nº 283/13, com Veto Total.
O SR. DR. THIAGO: Colegas Vereadores e
Vereadoras, foi muito falado esse projeto durante a tarde de hoje. Quero dizer
ao Ver. Alex e à Ver.ª Fernanda que vou manter – peço licença ao meu Líder Ver.
Pujol - a minha posição de votar a favor do projeto, contra o veto, mesmo sendo
a favor do impeachment. Foi trazida a
questão do impeachment. Sou a favor
do impeachment da Presidente Dilma,
acho que essa é uma saída constitucional para o País, acho que não se pode
fazer o que se fez com os médicos, o que se tentou fazer com a imprensa, o que
se tentou fazer com o Parlamento, não se pode fazer a mesma coisa com o
Judiciário, alguém tem que dizer isso, não se pode querer “demonizar” o
Judiciário. Agora, porque a forma não é de toda correta não invalida o que está
no conteúdo das gravações. Quero dizer que voto com vocês, apesar de ser a
favor do impeachment da Presidente
Dilma. Voto com vocês, apesar de ser contra o Programa Mais Médicos, que é um
programa que escraviza essas pessoas que vêm de fora, é um programa
eleitoreiro, ele é o estelionato eleitoral, ele é o próprio estelionato
eleitoral, que piora a saúde da cidade, sim, ele é deletério ao SUS, está
acabando com o SUS, e os dados de Porto Alegre mostram isso. Ao final, Ver. Dr.
Raul, Ver. Reginaldo Pujol, da gestão do Dr. Pedro Gus, nós tínhamos 120
equipes de PSF. O senhor lembra, Dr. Raul? Cinco delas só não tinham médicos,
hoje também em função desse Programa Federal, quinze não têm médicos, e 95 são
médicos que não revalidaram o diploma. O astral da Cidade piorou, expulsaram os
médicos da Prefeitura de Porto Alegre. E vou-lhe dizer, Ver.ª Sofia, com toda a
clareza, de peito aberto, ontem vim aqui no sentido de apoiar o movimento que
foi trazido pelo Sindicato e tive certa dificuldade porque foi falado aqui do
“Não ao Golpe”. Acho que tem se ater à questão estrita do efeito cascata, do
contrário vai perder apoio, o sindicato perde apoio, está perdido nesse
processo, não pode. Eu acho que a gente tem que ter tranquilidade, tem que ter
clareza, tem que ter liberdade para expressar as nossas opiniões. Olhem como se
posiciona o partido que nós estamos: liberando, dando a possibilidade de
manifestar as opiniões. Quero dizer que, democraticamente, vou votar com vocês,
apesar de ser a favor do impeachment
do Presidente Lula... do Presidente... Do Presidente Lula! Olhem como o
inconsciente da gente trabalha: o impeachment
da Presidente Dilma, que, na verdade, também é o impeachment do Lula, e ser contra o Programa Mais Médicos, o que
todo mundo aqui sabe. Mas voto com o projeto de vocês. Obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Mendes
Ribeiro está com a palavra para discutir o PLL nº 283/13, com Veto Total.
O SR. MENDES RIBEIRO: Sr. Presidente, Sras.
Vereadoras, Srs. Vereadores; subo a esta tribuna para falar sobre o Veto do
projeto da Ver.ª Fernanda Melchionna e do hoje Deputado Pedro Ruas, para dizer
que recebi o Veto do Governo com muita surpresa. Surpresa por ser um governo
que preza a transparência: em um prêmio do Ministério Público, ficou em
primeiro lugar entre todas as prefeituras do Rio Grande do Sul.
Ver.ª Fernanda, quero
dizer que tenho muito orgulho de ter participado desse projeto e nele colocado
duas emendas, porque acho que esse projeto de lei vai ao encontro dos anseios
da sociedade. Contem com o meu voto. Vou trabalhar para que seja derrubado o
Veto. Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver.
Clàudio Janta está com a palavra para discutir o PLL nº 283/13, com Veto Total.
O SR. CLÀUDIO JANTA: Sr. Presidente,
Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores; a gente é pego de surpresa com os projetos
que entram nesta Casa e que trazem para o Executivo a chance de fazer a
transparência no Município de Porto Alegre. Tinha o meu projeto que criava uma
agência reguladora, semana passada, e o Executivo disse que não cabia a mim
fazer isso. Mas eu não estava fazendo nada, eu não estava criando cargos, não
estava criando composição da agência, nada. Eu só estava dizendo para o
Executivo que ele tinha que criar uma agência reguladora, ele que criaria a
agência. Mas o Executivo achou por bem dizer que não cabia não cabia ao
Vereador fazer isso. Mas o Executivo, agora, veta o projeto da Ver.ª Fernanda
Melchionna e do Ver. Pedro Ruas, hoje Deputado, dizendo que não cabe aos
Vereadores fazerem isso. Mas se não cabe aos Vereadores, o Executivo que o
faça! Desde que o projeto foi apresentado nesta Casa - isso já faz uns dois
anos -, o Executivo ainda não colocou o valor das publicidades. Isso é
transparência, é esse um dos motivos pelo qual o povo está nas ruas: exigindo
transparência do seu dinheiro, transparência na prestação de contas. Aí,
pasmem, uma das alegações do Executivo é que isso vai aumentar o custo – mas,
pelo amor de Deus, colocar cinco letras a mais vai aumentar o custo? Mas em que
mundo nós estamos! Para a senhora e o senhor, que estão me vendo pela TVCâmara,
na sua casa, não caírem nesse conto de que vai aumentar o custo, o peão aqui
vai lhes explicar. Quando eu boto um edital lá da Força Sindical ou do
Sindicato filiado à Força Sindical, eu pago pelo tamanho do anúncio, eu não
pago pelas letras que vão ali. Então, quando faço uma propaganda na TV, é paga
pelo tempo que fica na TV, paga-se pelos 15 segundos, 13 segundos ou 30
segundos. Então, não vai aumentar o custo dizerem: “Esta propaganda custou R$
15 mil, R$ 30 mil, R$ 40 mil” ou no final do edital da propaganda do Governo
estar, lá em baixo, o custo. É pago pelo quadrado que ele comprou, ele paga
pela folha que ele comprou, então a alegação de que vai aumentar os custos, por
favor, não existe isso. Isso é porque não tem vontade de fazer a transparência
na cidade de Porto Alegre, não tem vontade nenhuma de transparecer para as
pessoas que pagam para que a cidade de Porto Alegre, que é o povo de Porto
Alegre, os contribuintes – esses são os reais donos de Porto Alegre, aquelas
pessoas que saem de casa, pela manhã, para trabalhar; aquelas pessoas que pagam
o ISSQN; aquelas pessoas que pagam o IPTU; aquelas pessoas que têm o imposto
embutido lá na sua cesta básica – para essas pessoas nós temos que mostrar, de
fato, a transparência. É mais um projeto de transparência que chega nesta Casa
e é ceifado pelo Executivo, que não quer demonstrar, em hipótese alguma, a
transparência nos programas, nas propagandas em rádios, TVs e jornais. Nos
editais que coloca não há transparência nenhuma. O Governo quer dizer para a
população quanto ele paga num anúncio, quanto ele paga numa propaganda, e a
população merece saber, merece ter conhecimento para onde vai o dinheiro que
foi aplicado. Por isso nós encaminhamos para derrubar este veto, para nós
termos a transparência, de fato, na cidade de Porto Alegre, onde foge o
Executivo de mostrar a transparência de suas contas, dos seus contratos, para o
povo de Porto Alegre, como era o nosso projeto. Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Em votação o
PLL nº 283/13, com Veto Total. (Pausa.) A Ver.ª Sofia Cavedon está com a
palavra para encaminhar a votação do PLL nº 283/13, com Veto Total.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Vereador-Presidente,
senhoras e senhores, Vereadoras e Vereadores, eu, no marco das discussões já
propostas, quero dizer que acho que o Governo poderia considerar com mais
cuidado as propostas da oposição. Esta proposta aqui obriga os órgãos e as
entidades do Poder Legislativo e Executivo, bem como as concessionárias de
serviço público, a informarem nas peças publicitárias institucionais os seus
custos totais ao erário. É uma proposta do marco da transparência, da
instalação da república, do direito aos cidadãos saberem o que fazem do
dinheiro público. Mas ela tem um outro sentido, que eu acho que está no marco
da nova grande tarefa que o Brasil deve aos brasileiros: nós temos que
democratizar a mídia brasileira, porque a grande mídia é responsável pela
formação da opinião pública. Por mais que as redes sociais hoje democratizem a
produção de opinião, a produção da informação, a circulação da informação,
ainda não há o que bata os grandes conglomerados de comunicação que dominam
grandes territórios, concessões públicas originárias, dos tempos em que a
população não podia participar, não podia sequer questionar, não tinha acesso a
informações do seu Governo. Essas concessões cortam o Brasil horizontalmente em
capitanias hereditárias da mídia e afrontam a Constituição, porque a
Constituição de 1988 deixa claro que veda o monopólio da comunicação. Esse
monopólio está caracterizado na propriedade em únicas famílias, empresas de
grandes jornais, ao mesmo tempo de várias redes de televisão, de várias
emissoras de rádio, e com isso, nós, os brasileiros, temos, no cotidiano da
nossa vida pública, a formação de valoração, de informação, de verdades dadas
pelo financiamento da grande mídia. Porque, na verdade, não é: “Ah, bom, mas
qual é o problema de estar na mão de apenas algumas empresas?”. O problema é o
monopólio da informação, e esse monopólio ser dominado, financiado pelo poder
econômico. Quando a Ver.ª Fernanda e o Prof. Alex propõem que o Governo, que as
entidades públicas, que o orçamento público, seja a concessionária ou o próprio
Poder Público divulguem, digam, coloquem nas peças publicitárias o quanto está
pagando para essa grande mídia, é uma pequeníssima fatia de conhecimento ao
público de quem que domina a produção da informação neste País, do quanto os
governos influenciam e gastam nisso. Portanto é só a pontinha do iceberg da grande transformação que nós
temos que fazer. Nós precisamos democratizar a produção da opinião pública, ter
direito a diferentes pontos de vista, à equidade da divulgação desses pontos de
vista, ter direito de saber quem nos financia, o quanto essa mídia arrecada de
recursos, qual é o tamanho do crédito ou do orçamento que entra nas grandes
mídias, porque há uma ilusão ingênua da massa do povo brasileiro que o que as
mídias dizem é verdade, que o que é publicado é o que existe. E, na verdade, há
uma grande influência, seja pelo dinheiro público ou ausência dele. Assistam
Chatô – eu já sugeri aqui da tribuna – e verão como foram formadas as grandes
mídias em cima da chantagem, da violência e até da morte, e como a vida de um
brasileiro, de um governo pode ir para lá ou para cá, dependendo do sabor e do
gosto... Na verdade, não é o sabor ou o gosto, porque, no filme Chatô, fica
muito claro, se Chateaubriand não recebia dinheiro do Governo Getúlio, colocava
na capa do jornal que ele era corrupto. Isso ainda em grande medida acontece no
nosso Brasil. Eu entendo que democratizar as verbas que vão para a grande mídia
é uma pequena atuação para que comecemos a problematizar este aprisionamento do
centro da produção da nossa vida em comum, que é a informação, a opinião
pública, a valoração das coisas no País. Eu não aceito que o Governo tenha
vetado; acho que o Governo se vangloria - como aqui foi dito - de título de
Prefeitura transparente, não deve ter nada a temer, deve permitir e deve fazer
questão de dizer o quanto gasta na mídia e onde gasta.
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): A Ver.ª
Fernanda Melchionna está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº
283/13, com Veto Total.
A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Sr.
Presidente, quero começar com a questão da constitucionalidade do projeto. O
Ver. Alex Fraga foi brilhante ao trazer o parecer do Ver. Guilherme Socias
Villela, com a clareza e a tranquilidade daqueles que analisam a
constitucionalidade das matérias, e deu pela sua constitucionalidade. Não
preciso dizer que não interfere em gastos para o Executivo, porque
evidentemente o projeto não aumenta em nem meio centavo os gastos da Prefeitura
Municipal. E nós, sim, queremos discutir os gastos da Prefeitura de Porto
Alegre em tempos de ameaça de parcelamento dos salários; em tempos de que não
se corta gastos desnecessários, para garantir o que é sagrado, o salário dos
municipários; a questão do efeito cascata, que é uma luta com o judiciário para
se seja validado o projeto de lei, aprovado por unanimidade nesta Casa. Mas,
enfim, o nosso projeto não onera os cofres públicos; portanto, não tem nenhum
vício de origem ou nenhuma inconstitucionalidade. Também acho que foi muito
prudente e muito correta a intervenção de vários Vereadores que me antecederam.
Quero agradecer o apoio e a manutenção da coerência – vieram à tribuna os
Vereadores Cecchim, Mendes Ribeiro, Clàudio Janta, Dr. Thiago, Sofia Cavedon,
Engº Comassetto, e, claro, meu colega que não era Vereador e, por isso, não
escreveu o projeto junto, mas nos ajudou muito a aprová-lo e também teria
assinado, como sempre fazemos os nossos projetos em dupla na nossa Bancada,
porque trabalhamos com essa parceria. Nós esperamos que a Câmara mantenha o
projeto e derrube o veto. Eu, obviamente, gostaria de dizer que é uma questão
básica que as pessoas tenham direito à informação. E me causa muita estranheza
os argumentos rasos que o Vice-Prefeito Sebastião Melo, o qual era Prefeito em
exercício na época do veto, escreveu quando da análise do projeto. Sempre é o
mesmo argumento, Ver. Clàudio Janta, para vetar os projetos que não são de
autoria do Executivo. O senhor criou uma agência de regulação, ou seja, é
preciso fiscalizar o conjunto dos serviços terceirizados, com o intuito,
obviamente, na nossa opinião, de ampliar os serviços públicos. Mas, de qualquer
maneira, é preciso a fiscalização. Essa era a ideia do projeto, não criava
cargos, não criava gastos. Nós esperávamos que a agência de regulação fosse
construída com funcionários do quadro, enfim.
Depois, eu preciso,
por óbvio, responder, muito tranquilamente, ao Ver. Dr. Thiago, porque acho que
ele se equivocou quando falou na tribuna, acho que queria se dirigir ao Ver.
Engº Comassetto, quando falava que votaria no projeto, apesar das posições do
PT com relação aos temas nacionais. Eu quero deixar muito clara a nossa
opinião: nós achamos que o Congresso e a Comissão de Impeachment – comandada
pelo Cunha, por “malufs” e etc. – não têm moral nenhuma, ainda mais quando se
busca, obviamente, um pacto entre Temer e PSDB para ascender ao poder. O Temer
é da chapa da Dilma, portanto, se tiver qualquer problema com a chapa, é parte
dessa chapa política, mas que, por outro lado, nós temos um Governo que não tem
legitimidade frente ao povo diante do verdadeiro estelionato eleitoral cometido
com as promessas de 2014 e o que o Governo realizou. Nós achamos que é
fundamental investigar a fundo, através da Lava Jato, sem seletividade, todos
os envolvidos para que os recursos públicos retornem para o que é do povo, para
aquilo que é importante para a população. É preciso, neste momento de crise, se
apoiar na população, ampliar a democracia, já falei nesta tribuna, gosto sempre
de falar, é preciso criar referendos, é preciso criar plebiscitos, é preciso
ter medidas como o recall que já
houve em vários lugares para que possamos, sim, ter mecanismos em que a
população possa participar da política, da economia e intervir quando há um
estelionato eleitoral, quando há uma deslegitimidade, como estamos vendo no
presente momento.
Por fim, Ver.
Cecchim, quero deixar muito claro aqui, na tribuna, que eu repudio qualquer
declaração machista, qualquer ofensa às mulheres de forma pejorativa, sejam
elas perpetradas pelo Lula, por qualquer pessoa que tente atacar os direitos
das mulheres. Eu, de fato, fiquei muito impactada com os termos pejorativos com
que foram tratadas algumas mulheres em alguns áudios, como a Marta Suplicy, com
quem não tenho muita similaridade política, ao contrário, sempre a combati, mas
não aceito que nenhuma de nós seja tratada de maneira pejorativa.
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver.
Reginaldo Pujol está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº 283/13,
com Veto Total.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sras.
Vereadoras, Srs. Vereadores, antes de mais nada, eu quero deixar muito claro
que eu tenho profundo respeito com a posição daquelas pessoas que coerentemente
a sustentam. Não tenho o direito de criticá-las porque eu tenho uma posição
semelhante a delas. Este projeto é um daqueles muitos votados no último dia de
votação da Casa, no dia 21 de dezembro. E ninguém sabe quem votou favorável ou
contrariamente porque foi uma votação nominal. Mas eu digo, Sr. Presidente,
porque eu tenho que reconhecer, Ver. Prof. Alex, que apoia o projeto, eu tenho
que reconhecer que o Ver. Mendes Ribeiro, por exemplo, que, desde o começo,
colocou posição favorável ao projeto, coerentemente mantém essa posição. E eu
acho isso extremante respeitável. Ora, vetado o projeto, a matéria foi
examinada primeiramente pela Comissão de Constituição e Justiça, e aí ocorre o
Ver. Mendes Ribeiro reafirmar essa posição de contrariedade ao veto. E obviamente
que hoje aqui eles não têm outra posição a tomar senão essa. Da mesma forma, eu
respeito a posição de todos os demais Vereadores, em que pese eu achar que, às
vezes, as contradições nesta Casa me impressionam sobremaneira. Hoje foi aqui
elogiado muito o parecer do Ver. Guilherme Socias Villela - que foi, repito, o
maior Prefeito desta Cidade -, na votação, o seu parecer foi favorável. Agora,
quando do exame do veto, o Ver. Bernardino Vendruscolo, na CEFOR, emitiu
posição pela rejeição do veto e não conseguiu ver aprovado o seu projeto,
porque o Ver. João Carlos Nedel, Ver. Guilherme Socias Villela e o Ver. Idenir
Cecchim foram contra esse veto, entendendo que não estava correta a posição do
Ver. Bernardino Vendruscolo.
Então, ressalvado
qualquer risco de incoerência, a minha posição é absolutamente segura, eu tenho
certeza de que não ajudei a aprovar esse projeto porque ele é manifestamente
inconstitucional. Evidentemente, se isso fosse possível demonstrar em algum dos
meus votos, eu poderia inclusive modificar a minha posição. Só não muda de
posição quem não a tem, mas não há nenhum compromisso meu com esse projeto.
Então, Ver. Dr.
Thiago, V. Exa. que apoiou e que agora quer apoiar novamente, tem toda
liberdade de o fazer; o Ver. Mendes Ribeiro da mesma forma; o Ver. Clàudio
Janta deu parecer favorável ao projeto, na primeira votação, enfim. Não pode
mais, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, a gente se curvar para o último dia
de votação na Casa, a gente aprova até a independência do México e depois alguns
se arrependem. Eu lamentavelmente, no dia 21 de dezembro, por razões de saúde,
não pude comparecer, então tenho certeza de que não votei nesse projeto, mas os
demais que votaram e que querem ser coerentes agora têm o meu respeito. O que
não impede de eu reafirmar que o veto a essa matéria está absolutamente
correto. Não há que se confundir o poder de dispor, que é inerente à posição
legislativa, com o poder de propor.
Quem concordou com o
erro desde o início... E eu algumas vezes assim o fiz, porque acho que na
Câmara de Vereadores temos que buscar alargar a nossa capacidade de ter a
iniciativa do voto e não diminuí-lo. Então respeito aqueles que buscam com esse
sentido, mas tudo isso não invalida a minha postura feita na discussão e
reafirmada agora: a matéria é indiscutivelmente inconstitucional. Por isso,
mantenho a minha posição e, coerentemente, votarei pelo acatamento do veto.
Isso não faz com que eu fique com nenhum tipo de dificuldade com os belos
colegas que, coerentemente, tenham alguma posição diferente. Muito obrigado,
Sr. Presidente.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Mauro
Pinheiro está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº 283/13, com
Veto Total.
O SR. MAURO PINHEIRO: Presidente Cassio,
demais Vereadoras, Vereadores, público do Canal 16, público das galerias, Ver.ª
Fernanda, o seu projeto, junto com o nosso, Dep. Pedro Ruas, sobre
transparência, quero dizer que no momento político em que vivemos, acho que
nós, bons políticos, temos que buscar sempre o máximo possível de
transparência, Ver. Prof. Alex, pois a população clama por saber o que está
acontecendo com o dinheiro público. Nós estamos enfrentando diversas
dificuldades no nosso Estado, estão faltando recursos para pagar funcionários, professores.
E aí gastamos de forma excessiva – e não é o Governo Municipal, não é o
Prefeito José Fortunati -, há previsão, inclusive legal para o uso de recursos
para publicidade para se dizer o que está se fazendo. Só que, muitas vezes, não
se sabe o quanto e onde se gasta essa publicidade, a não ser através do
orçamento. É difícil o acompanhamento. Portanto, o projeto da Ver.ª Fernanda
pede que sejam colocados esses valores junto com as peças publicitárias para
que se tenha a real noção do que está sendo gasto de forma legal e regimental –
como diria nosso ex-Ver. João Antônio Dib -, mas que, muitas vezes, não se
consegue visualizar o quanto está sendo gasto. E a população, hoje, a sociedade
clama por mais transparência, os movimentos nas ruas demonstram isso. Então,
nós, Vereadores desta Casa, temos obrigação, sim, de lutarmos cada vez mais por
transparência. E nada mais justo que todo aquele recurso que é gasto com a
publicidade para demonstrar o que o Governo faz, que a população saiba o quanto
está sendo gasto. Não estou dizendo que tenha problema na cidade de Porto
Alegre, mas essa é uma medida que nos ajuda a ter um maior controle dos gastos
públicos. E nós temos que avançar cada vez mais numa melhor gestão, numa gestão
não só eficiente, mas eficaz, que se saiba onde está se gastando, quanto está
se gastando e se é justo o quanto está se gastando. A população tem que ter o
acesso cada vez mais aos custos do Município e do Estado. Eu sou totalmente
favorável que se tenha a noção do que está se gastando com essas peças
publicitárias. Sou favorável ao projeto, fui e continuarei votando pela
derrubado do veto, porque acho importante que a população tenha todo o acesso
possível a quanto se gasta em todos os sentidos no Município de Porto Alegre e
em todo o Estado. Votaremos pela derrubada do Veto, Ver.ª Fernanda, por
acharmos essencial cada vez mais buscar a transparência, Ver. Clàudio Janta,
não só a população, nós mesmos que temos a obrigação de fazer a fiscalização,
que possamos acompanhar onde está sendo gasto o dinheiro público, para que seja
gasto cada vez de forma melhor, com mais eficiência, mais eficácia.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): A Ver.ª Lourdes Sprenger está com a palavra
para encaminhar a votação do PLL nº 283/13, com Veto Total.
A SRA. LOURDES SPRENGER: Sr.
Presidente, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, vem hoje à votação um veto ao
projeto de autoria da Ver.ª Melchionna e do ex-Vereador e hoje Deputado Pedro
Ruas. No contexto em que vivemos, a transparência é primordial, e falo aqui em
nome do meu partido, da minha bancada. É primordial porque estamos em novos
tempos, temos que dar transparência às nossas ações, principalmente quando
estamos gerindo um orçamento público. Trata este projeto das despesas de publicidade
do Executivo, que somam mais de R$ 11 milhões ao ano. É muito dinheiro. Hoje,
com as redes sociais, nós podemos fazer uma ampla divulgação, também temos os indoors e outdoors, lembro as linhas municipais de ônibus, temos outros
meios, hoje há essas propagandas que são imediatas, on-line, não sendo necessário muitas vezes gastar tanto em
publicidade para veicular uma notícia nem sempre que virá a conscientizar ou
dar um resultado. Depende do gestor que, às vezes, gosta de holofotes e em
qualquer ação diferenciada paga a mídia. Então é um projeto elogiável que vem
dar um limite para as despesas e uma transparência à medida que propõe que o
custo dessas peças publicitárias seja divulgado.
Com isso, os recursos
que sobram nós podemos encaminhar para tantas áreas que estão carentes, tantas
áreas que necessitam de recursos e melhorias nos serviços da Cidade. Eu sou
favorável a este projeto, bem como eu tenho trabalhado nas peças orçamentárias
sempre avaliando as rubricas. Este ano eu retirei, das peças publicitárias, R$
800 e poucos mil que serão utilizados no controle populacional de animais, em
maior número de fiscalização de maus-tratos, em maior número de feiras
descentralizadas, se assim o Executivo entender que para ter um rodízio maior
de animais confinados no canil, que façam mais feiras de encaminhamento para
adoção.
Sempre que se trata
de problemas da corrupção – e hoje tratamos tanto disso -, eu acho que a
transparência não vai corrigir todos esses atos, não vai corrigir aquele que já
tende para um lado meio torto, que é ser corrompido, mas vai minimizar, porque
nós poderemos avaliar quanto está sendo gasto em publicidade, muitas vezes
desnecessária. Não adianta pintar um bom serviço porque a população enxerga se
o serviço não é bem realizado, se é fiscalizado ou se não é realizado. A
população sabe e ninguém vai ser enganado por uma peça publicitária,
principalmente o morador local que sabe o que é necessário para o seu bairro
nos serviços daquela região. O meu voto é favorável ao projeto. Muito obrigada.
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Em votação
nominal o PLL nº 283/13, com Veto Total. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADO o projeto por 18 votos SIM e 08 votos NÃO. Mantido
o Veto Total.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC. Nº 0811/15 – PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO Nº 071/15,
de autoria do Ver. Engº Comassetto, que inclui a efeméride Dia Municipal de
Celíaco no Anexo da Lei nº 10.904 – Calendário de Datas Comemorativas e de
Conscientização do Município de Porto Alegre –, de 31 de maio de 2010, e
alterações posteriores, no dia 13 de setembro.
Pareceres:
-
da CCJ. Relator Ver. Márcio Bins Ely: pela inexistência de óbice de
natureza jurídica para a tramitação do Projeto;
-
da CECE. Relator Ver. Dinho de Grêmio: pela aprovação do Projeto;
-
da CEDECONDH. Relator Ver. Paulinho Motorista: pela aprovação do
Projeto.
Observação:
- incluído na Ordem do Dia em 14-09-15.
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Em discussão
o PLL nº 071/15. (Pausa.) O Ver. Engº Comassetto está com a palavra para
discutir o PLL nº 071/15.
O SR. ENGº COMASSETTO: Sr. Presidente, meus
colegas Vereadores e Vereadoras, esta proposta que estamos trazendo aqui é de
uma grande importância para a sociedade porto-alegrense, pois se trata da
cidade reconhecer a doença dos celíacos, que é uma patologia sistêmica,
autoimune, decorrente da resposta inadequada dos organismos quanto ao glúten. Essa
é uma doença também, Ver. Dr. Raul, descoberta recentemente e cada vez mais tem
a sua expansão e reconhecimento na sociedade. Quero dizer que aqui nesta Casa
eu fiquei sabendo que há, na sociedade mundial, mais de 5.500 doenças raras. São muitas
doenças, e as pessoas não sabem que elas existem, e são consideradas doenças
raras. Outro trabalho que nós fizemos aqui nesta Casa, que também propusemos e
foi reconhecido pelo Município de Porto Alegre, foi o Dia das Pessoas
Portadoras de Ataxias Dominantes. E Porto Alegre se tornou uma referência na
genética do Hospital de Clínicas, os pesquisadores de lá são pioneiros na
pesquisa nacional para poder detectar essa deficiência cromossômica das pessoas
com Ataxia. E os celíacos da mesma forma.
Eu
quero, com isso, trazer uma situação que está aqui entre nós e que nós não
sabíamos. O Presidente da nossa Casa, Ver. Cassio Trogildo, há poucos dias
descobriu que sofre dessa doença, também é celíaco. E muitas vezes, em
reuniões, o Ver. Cassio Trogildo trazia para nós situações de desconforto pelas
quais ele estava passando. Bom, e nas suas investigações chegou a essa
conclusão, de uma identificação - Ver. Cassio Trogildo, se me permite citá-lo
nessa situação, mas nada melhor do que um exemplo vivo de quem está presidindo o
Legislativo Municipal -, que sofre dessa doença, que é ser celíaco, e há bem
pouco tempo, conforme o senhor nos relatou, não sabia disso e fazia todos os
enfrentamentos da medicina e todos os enfrentamentos relacionados ao consumo de
produtos farmacêuticos, fármacos, para combater outras possibilidades que não
era a que estava lhe ocasionando anomalias.
O nosso projeto é muito simples, fica instituído
a efeméride Dia Municipal do Celíaco no Anexo da Lei
nº 10.904 – Calendário de Datas Comemorativas e de Conscientização do Município
de Porto Alegre –, de 31 de maio de 2010, e alterações posteriores, no dia 13
de setembro. Então nós estamos propondo que esse dia seja no dia 13 de
setembro, para que a cidade de Porto Alegre possa se referenciar.
E aqui quero trazer
outra coisa importante, no momento em que isso é divulgado para as escolas, que
é divulgado na rede de saúde, que é divulgado entre as comunidades da
periferia, esses temas começam a ganhar notoriedade, começam a ser sabidos e
enfrentados, porque muitas mães ficam desesperadas com seus filhos e sabem por
que acontecem os desarranjos intestinais permanentes. Portanto, convido todos
os colegas Vereadores e Vereadoras a aprovarem...
(Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
(Presidente concede
tempo para o término do pronunciamento.)
O SR. ENGº COMASSETTO: ...o dia 13 de
setembro, que é a data proposta, a data de nascimento de Samuel Jones Gee,
médico pediatra inglês que, em 1888, publicou a primeira descrição clínica
moderna e completa da doença do celíaco, a par da teoria da importância da
dieta no tratamento. Essa contribuição levou esse médico a chamar de a Doença
de Gee, conhecida hoje como doença celíaca. Peço aqui o voto de todos colegas
Vereadores e Vereadoras. Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Em votação o
PLL nº 071/15. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se
encontram. (Pausa.) APROVADO.
Registro a presença
dos representantes do município do sul da Dinamarca, cidade de Sonderborg,
Vereador Anders Brandt, sejam bem-vindos. Também a Secretária da Agricultura,
Connie Mark e comitiva, acompanhados do coordenador do Orçamento Participativo
de Porto Alegre, companheiro Oscar Pelicioli. Sejam muito bem-vindos e tenham o
acolhimento da nossa Câmara Municipal.
O Ver. Engº
Comassetto vai assumir a presidência dos trabalhos para que eu possa recebê-los
na presidência.
(O Ver. Engº
Comassetto assume a presidência dos trabalhos.)
O SR. PRESIDENTE (Engº Comassetto): A Dinamarca é
um dos primeiros países do mundo a adotar uma política de agricultura cem por
cento sem veneno. Biological Agriculture.
Um grande abraço e sejam bem-vindos.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC. Nº 1552/15 – PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO Nº 144/15, de
autoria do Ver. Elizandro Sabino, que inclui a efeméride Dia do Amigo, do
Protetor e do Defensor dos Animais no Anexo da Lei nº 10.904, de 31 de maio de
2010 – Calendário de Datas Comemorativas e de Conscientização do Município de
Porto Alegre –, e alterações posteriores, no dia 4 de outubro.
Pareceres:
-
da CCJ. Relator Ver. Mendes Ribeiro: pela inexistência de óbice de
natureza jurídica para a tramitação do Projeto;
-
da CECE. Relatora Verª Sofia Cavedon: pela aprovação do Projeto;
-
da CEDECONDH. Relatora Verª Mônica Leal: pela aprovação do Projeto.
Observação:
- incluído na Ordem do Dia em 10-02-16.
O SR. PRESIDENTE (Engº Comassetto): Em discussão
o PLL nº 144/15. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os
Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC. Nº 0722/15 – PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO Nº 063/15, de
autoria do Ver. Paulo Brum, que inclui a efeméride Dia Municipal da Síndrome de
Down no Anexo da Lei nº 10.904 – Calendário de Datas Comemorativas e de
Conscientização do Município de Porto Alegre –, de 31 de maio de 2010, e
alterações posteriores, no dia 21 de março.
Pareceres:
-
da CCJ. Relatora Verª Lourdes Sprenger: pela inexistência de óbice de
natureza jurídica para a tramitação do Projeto;
- da CECE. Relatora
Verª Sofia Cavedon: pela aprovação do Projeto;
-
da CEDECONDH. Relator Ver. Prof. Alex Fraga: pela aprovação do Projeto.
Observação:
- incluído na Ordem do Dia em 22-06-15.
O SR. PRESIDENTE (Engº Comassetto): Em discussão
o PLL nº 063/15. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os
Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão:
todos os Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento:
autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC. Nº 2383/15 – PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO Nº 235/15,
de autoria do Ver. Dr. Raul Fraga, que inclui a efeméride Dia da Reflexão para
a Valorização e a Qualificação da Profissão de Professor no Anexo da Lei nº
10.904, de 31 de maio de 2010 – Calendário de Datas Comemorativas e de
Conscientização do Município de Porto Alegre –, e alterações posteriores, no
dia 15 de cada mês ou, no caso de esse ocorrer em sábado ou domingo, no dia
útil que lhe for mais próximo, a critério de cada instituição.
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Elizadro Sabino: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a
tramitação do Projeto;
- da CECE. Relator
Ver. Reginaldo Pujol: pela aprovação do Projeto;
- da CEDECONDH.
Relator Ver. Prof. Alex Fraga: pela aprovação do Projeto.
Observação:
- incluído na
Ordem do Dia em 21-03-16 por força do art. 81 da LOM.
O SR. PRESIDENTE (Engº Comassetto): Em discussão
o PLL nº 235/15. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os
Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC. Nº 0797/14 – PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO Nº 078/14,
de autoria do Ver. Waldir Canal, que inclui a efeméride Semana Municipal da
Vila Assunção no Anexo da Lei nº 10.904, de 31 de maio de 2010 – Calendário de
Datas Comemorativas e de Conscientização do Município de Porto Alegre –, e
alterações posteriores, realizada de 7 a 13 de dezembro.
Pareceres:
-
da CCJ. Relator Ver. Nereu D’Avila: pela inexistência de óbice de
natureza jurídica para a tramitação do Projeto;
-
da CECE. Relator Ver. Tarciso Flecha Negra: pela aprovação do Projeto;
-
da CEDECONDH. Relator Ver. João Bosco Vaz: pela aprovação do Projeto.
Observações:
- incluído na
Ordem do Dia em 17-11-14;
- discutiu a
matéria a Verª Lourdes Sprenger em 14-03-16.
O SR. PRESIDENTE (Engº Comassetto): Em discussão o PLL nº 078/14. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em
votação. (Pausa.) A Ver.ª Lourdes Sprenger está com a palavra para encaminhar a
votação do PLL nº 078/14.
A SRA. LOURDES SPRENGER: Sr.
Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, eu venho encaminhar um projeto
como moradora, há 40 anos, do meu bairro. Vejo que o Ver. Waldir Canal,
desculpe-me, Vereador, parece-me mais eleitoreiro, porque o senhor não
consultou nenhum morador para fazer esse projeto. O senhor está botando a
semana do bairro A, bairro B, Vereador, com toda a estima que tenho pelo
senhor, o senhor deveria consultar a nossa associação. Acho um desrespeito o
senhor não ir à nossa associação e não perguntar se nós concordávamos. O que o
senhor quer com a Semana da Vila Assunção? O senhor não mora lá no bairro, o
senhor não é conhecido. Hoje, mesmo, eu estava no Ministério Público com a
associação de moradores de lá, e o senhor não foi lá. Eu acho que é meio
desrespeitoso a gente chegar no bairro e dizer que vai criar a semana do bairro
tal, se ninguém lhe conhece. O senhor não foi lá. Talvez o senhor faça algum
trabalho comunitário, mas nós temos uma associação, e, na última audiência
pública, lá estavam 200 pessoas. No tempo do Sebastião Melo aqui, como
Vereador, nós botamos 350 pessoas numa comunidade que tem 1.500 moradores.
Portanto vou votar contra, porque isso aqui não foi consultado à minha
comunidade, e até posso apoiar futuramente, mas quero saber o que é essa Semana
da Vila Assunção. O que o senhor pretende fazer? É uma festa, é um trabalho
comunitário? Quer fazer um trabalho pela segurança? Porque a Guarda Municipal,
do seu partido, invadiu a nossa praça, fechou a praça, meteu armas e nos
amedrontou, foram lá jogar a comunidade uns contra os outros dizendo que a
Guarda Municipal ia fazer a segurança. Que segurança coisa nenhuma! Nós estamos
contratando uma segurança particular, com motos, com câmeras nas ruas, porque o
assalto lá é assim: chegou ao meio-dia, levam o carro! Esse é o trabalho que a
Guarda Municipal vendeu dentro do nosso bairro! O que a Guarda Municipal tem é
que cuidar dos prédios públicos, dos monumentos, onde estão arrancando peças de
bronze – e depois a gente tem que acordar com um trabalho muito interessante do
Sinduscon, que é fazer uma réplica com uma mistura que nem parece ser bronze,
claro, porque o bronze é muito caro –, isso, a Guarda Municipal tem que fazer.
Esta Cidade está cheia de riscos e de pichações; nisso, a Guarda tem que fazer
um trabalho intenso, chegar e prender, na hora, quem está estragando as
pinturas, os monumentos, as elevadas da Cidade.
Então, acho que fui
infeliz com a minha comunidade – a minha associação é oficial, com CNPJ –,
porque desconheço qualquer projeto em prol do nosso bairro. Obrigada.
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Engº Comassetto): O Ver. Waldir
Canal está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº 078/14.
O SR. WALDIR CANAL: Sr. Presidente, Sras.
Vereadoras e Srs. Vereadores, eu quero dizer à Vereadora que me antecedeu que,
na semana passada, retrasada, se não me engano, ela elogiou o projeto. Hoje,
ela veio aqui, falou mal da Guarda Municipal e falou mal do projeto, dizendo
que não teve conhecimento. Nós estivemos no FROP da região...
(Aparte
antirregimental da Ver.ª Lourdes Sprenger.)
O SR. WALDIR CANAL: A senhora conhece as
instâncias? Nós conversamos com a comunidade, a associação, os moradores,
conversamos...
(Aparte
antirregimental da Ver.ª Lourdes Sprenger.)
O SR. WALDIR CANAL: O bairro é muito
grande, Vereadora! A senhora vote contra; eu vim aqui encaminhar favoravelmente.
(Aparte
antirregimental da Ver.ª Lourdes Sprenger.)
O SR. WALDIR CANAL: A senhora tem que ler
o projeto, leia o projeto! Infelizmente...
(Aparte
antirregimental da Ver.ª Lourdes Sprenger.)
O SR. WALDIR CANAL: Sr. Presidente, o
senhor vai me garantir a palavra?
O SR. PRESIDENTE (Engº Comassetto): Está garantida
a palavra.
O SR. WALDIR CANAL: Realmente, eu não
moro no bairro Assunção. Talvez seja este o problema, as pessoas que moram há
muitos anos no bairro não se antenaram para uma necessidade de reunião da
comunidade para discutir os problemas do bairro, as melhorias.
Nós estivemos lá no
Bairro com o Vice-Prefeito, Sebastião Melo, com uma equipe da EPTC, da SMAM, do
Esporte. Nós estamos solicitando, através da EPTC, que coloque lá o Bike Poa,
já está sendo tratado, e o nosso Presidente da EPTC vai instituir o Bike Poa lá
no bairro Assunção. Então a comunidade está ciente. Nós demos publicidade a
isso. Agora, são inadmissíveis esses argumentos, e a própria comunidade vai
estabelecer a forma, o meio de comemorar a semana do bairro, e não tem nada de
eleitoreiro, porque esse projeto está protocolado desde 2014!
Então quero dizer aos
Vereadores que, com tranquilidade, encaminho essa votação para que possamos,
então, mobilizar a comunidade, que é de todos os 36 Vereadores, que é de todos
nós, para irmos lá ouvir a população, as suas reclamações. Inclusive, se a
Guarda Municipal está cometendo alguma ilegalidade, é necessário que os
Vereadores ouçam a comunidade e que assim, então, a Guarda Municipal também
tenha o contraditório para que ela possa explicar por que ela está ali. A
população pede segurança! E a Guarda Municipal dá a sensação de segurança às
pessoas que transitam ali na orla, fazem as suas caminhadas, os idosos que
frequentam ali. É um lugar muito agradável a Vila dos Pescadores; de maneira
que a comunidade merece. Um projeto desse tipo só vem valorizar a comunidade,
não é para criar polêmica, é uma união de forças para aqueles que querem o
melhor para aquele bairro, para aqueles que querem o melhor para aquela
comunidade. Então encaminho favoravelmente.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Engº Comassetto): Em votação nominal, solicitada pela Ver.ª
Lourdes Sprenger, o PLL nº 078/14. (Pausa.) (Após a
apuração nominal.) Sete votos SIM e 05 ABSTENÇÕES. Não há quórum. Declaro nula a votação.
Está encerrada
a Ordem do Dia e os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se a
Sessão às 17h04min.)
* * * * *